A despeito de todos os desafios enfrentados nestes pouco mais de dois anos com a pandemia e com a significativa elevação dos custos de produção, a disponibilidade interna de carnes aumentou, desde 2019, à razão de, aproximadamente, 1,25% ao ano, índice que – o próximo censo deve demonstrar – corresponde a quase o dobro do crescimento vegetativo da população brasileira
Ah, sim! O aumento da oferta interna ocorre apesar, também, de as exportações de carnes serem um quarto maiores neste ano do que no mesmo período de 2019, quando o mundo ainda não convivia com a Covid-19. Ou seja: aumentou-se o atendimento do mercado externo, mas sem afetar o mercado interno. Pelo contrário.
Chega-se a essa conclusão tomando como referência os dados trimestrais do IBGE relativos à produção de carnes em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual ou municipal, e aqueles compilados pelo MAPA sobre as exportações de carnes.
Os resultados mais recentes do IBGE, divulgados em 8 de junho, apontam que no 1º trimestre de 2022 a produção conjunta das três carnes aumentou perto de 9% em comparação ao mesmo trimestre de 2019, superando os 6,845 milhões de toneladas.
Já os dados de exportação, compilados pelo MAPA junto à SECEX/ME indicam embarques totais pouco superiores a 1,860 milhão de toneladas, quase 26% a mais que o registrado nos três primeiros meses de 2019.
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Saldo da operação: 4,984 milhões de toneladas disponibilizadas internamente, 3,77% a mais que há três anos, no mesmo período. Notar, porém, que a contribuição de cada carne nesse percentual foi diferente: a oferta de carne suína aumentou 21%; a de frango, praticamente, 10%. Ou seja: só a oferta de carne bovina sofreu retração. Mas não por conta das exportações e, sim, porque caiu o volume produzido.
Detalhe importante é que entre 70% a 80% das carnes produzidas no Brasil permaneceram no mercado interno (gráfico abaixo da tabela).
Mas porque nesta análise a disponibilidade interna está sendo caracterizada como “aparente”? Porque, simplesmente, os números do IBGE englobam apenas as carnes produzidas sob inspeção. Como, no País, parte da produção permanece sem controle sanitário (situação que não inclui a carne exportada, toda ela sujeita à inspeção federal), a disponibilidade interna real é maior que a apontada.
Fonte: Avisite
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