O dólar abandonava as mínimas do dia contra o real nesta quinta-feira em meio a dúvidas sobre o financiamento do novo projeto assistencialista do governo Bolsonaro, mas esperanças sobre um pacote de estímulo econômico nos Estados Unidos ajudavam a conter a alta.
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Às 10h23, o dólar avançava 0,58%, a 5,6516 reais na venda, depois de ter chegado a tocar 5,5756 reais na mínima do dia.
O dólar futuro de maior liquidez operava em alta de 0,49%, a 5,642 reais.
A notícia de que o governo dos Estados Unidos entregou uma nova proposta de estímulo para os democratas da Câmara dos Deputados no valor de mais de 1,5 trilhão de dólares animava os investidores internacionais nesta manhã, elevando a busca por divisas mais arriscadas.
Peso mexicano, rand sul-africano e dólar australiano, divisas cujo movimento o real tende a acompanhar, operavam em alta contra a moeda norte-americana nesta quinta-feira, enquanto os futuros de Wall Street e as bolsas europeias também avançavam.
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No entanto, apesar do otimismo global, fatores locais continuavam pressionando a moeda brasileira em relação ao dólar, que fechou setembro em alta de 2,52% em meio a temores fiscais contínuos.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu na quarta-feira o financiamento do novo programa de transferência de renda do governo Jair Bolsonaro com a junção de recursos de iniciativas que já existem, descartando a limitação ao pagamento de precatórios para tanto.
O presidente, contudo, interditou essa solução recentemente ao proibir que programas como o abono-salarial e o seguro-defeso fossem extintos para engordar o orçamento da nova investida.
Temores de que o programa possa furar o teto de gastos brasileiro diante de um orçamento apertado para 2021 têm dominado os mercados nas últimas semanas, somando-se a sinais de possível racha no governo entre Bolsonaro e Guedes, ministro que é considerado um dos pilares da atual gestão.
“O mercado hoje está sendo direcionado pelas últimas notícias em relação ao Renda Cidadã”, disse à Reuters Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas. “Há incerteza em relação a de onde o governo vai tirar o dinheiro para poder alimentar esse projeto.”
Cavalcante também citou conflitos políticos dentro do próprio governo e entre o Executivo e o Legislativo como fatores que aprofundam a incerteza, além de destacar que o atraso na agenda de reformas pode deixar o dólar “volátil e nervoso”.
Na véspera, a moeda norte-americana à vista fechou em queda de 0,43%, a 5,6188 reais.
O Banco Central fará nesta quinta-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 10 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021.
Fonte: Reuters
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