Incertezas políticas, tensões comerciais e a deterioração da confiança de empresas e consumidores influenciaram a expectativa do órgão.
A economia global deverá continuar desacelerando nos próximos anos, em meio a incertezas políticas, tensões comerciais e a deterioração da confiança de empresas e consumidores, segundo relatório de perspectiva econômica divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No documento, o órgão estima que a economia global crescerá 3,3% este ano e 3,4% em 2020. Em novembro, a entidade previa expansão mundial de 3,5% em ambos os anos.
Diante da disputa comercial entre Estados Unidos e China, as duas maiores economias do mundo, a OCDE também revisou ligeiramente para baixo suas projeções para ambos os países. No caso dos EUA, o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter alta de 2,6% em 2019, número um pouco menor que a estimativa anterior de 2,7%. Para a China, a previsão foi cortada de 6,3% para 6,2%.
Nesta terça, 5, a China estipulou sua meta de crescimento para este ano entre 6% e 6,5%. Em 2018, o PIB chinês teve alta de 6,6%, a menor em quase três décadas.
Para 2020, a OCDE elevou a projeção para os EUA, de 2,1% para 2,2%, mas manteve a da China em 6%, alertando que uma eventual desaceleração mais acentuada do gigante asiático afetaria a perspectiva de crescimento e de comércio mundialmente.
Zona do euro
A OCDE tem uma visão mais desanimadora para a zona do euro, cuja economia deverá crescer apenas 1% este ano. Anteriormente, a projeção era de alta de 1,8% do PIB do bloco.
Sobre o Reino Unido, a OCDE comentou que um eventual Brexit (saída do Reino Unido da União europeia) sem acordo elevaria substancialmente os custos para as economias europeias. A entidade prevê que o PIB britânico avançará 0,8% este ano e 0,9% em 2020. As projeções anteriores eram de ganhos de 1,4% e 1,1%, respectivamente.
Brasil
Em relação ao Brasil, a entidade cortou sua estimativa de alta do PIB deste ano de 2,1% para 1,9%. Em 2020, a OCDE continua esperando que a economia brasileira ganhe força e cresça 2,4%, previsão que não se alterou.
Na avaliação do órgão, a maior confiança de empresas, a redução das incertezas políticas, a desinflação e a melhora do mercado de trabalho deverão sustentar a demanda doméstica no Brasil.
A entidade diz também que a implementação da agenda de reformas do governo brasileiro, particularmente a da Previdência, continua sendo fundamental para a recuperação do crescimento no país.
Por: Estadão contéudo