Câmeras trap foram instaladas em pontos estratégicos da Estrada Parque Transpantaneira (Pantanal), em Poconé (124 km distante de Cuiabá), para flagrar animais silvestres que trafegam na região como parte do projeto de Monitoramento da Fauna Silvestre da Estrada Transpantaneira, realizado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT)
Esta ação tem como objetivo principal coletar dados de modo não invasivo, sem a interação direta que causa uma série de riscos para a vida selvagem. Além de monitorar a saúde dos animais avistados pelas câmeras instaladas, é possível registrar os hábitos das espécies do Pantanal, emitir documentos técnicos e verificar a presença e a incidência de espécies ameaçadas de extinção.
Já são 13 câmeras instaladas, que possuem sensores de movimentação e captam imagens quando há animais a poucos metros de distância. O equipamento fica camuflado, e não é percebido pela fauna.
Vários animais já foram registrados pelas lentes das câmeras como onças, jaguatiricas, tatu-canastra, tamanduás, cervos-do-pantanal, iraras, lobetes, antas, jacarés e outros, incluindo aves. As imagens mostram momentos únicos que revelam os hábitos dos animais, as interações, alimentação. Os registros podem ser utilizados para a educação ambiental, já que divulgar a existências dessas espécies é uma ferramenta para a preservação.
O projeto, de iniciativa da Coordenadoria da Fauna e Recursos Pesqueiros, ainda está em fase experimental. Com a prospecção e validação dos pontos de monitoramento, será possível produzir informações voltadas às estratégias de conservação do ambiente e das espécies e ações de proteção e atendimento emergencial aos animais silvestres no Pantanal.
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Informações sobre a diversidade, quantidade de espécies, frequência, padrão de atividades diárias e sazonais nos pontos escolhidos no entorno da Estrada Parque Transpantaneira são de extrema relevância para a conservação da fauna local.
“Desde os incêndios de 2020, estamos acompanhando a condição desta unidade de conservação, de forma visual, avaliando e colecionando informações da presença e ausência de água, de fauna nativa e doméstica. O uso de câmeras trap permite verificar os padrões comportamentais e ecológicos dos animais que vivem em ambiente natural e os resultados são melhor compreendidos através de registros padronizados realizados em longo prazo”, esclarece a coordenadora de Fauna Silvestre da Sema-MT e bióloga, Neusa Arenhart.
Ela conta que acompanha de perto, desde 2020, quando participou das operações realizadas pela Sema-MT na Unidade de Conservação Estrada Parque Transpantaneira. A coordenadora afirma que ainda não há informações conclusivas sobre os parâmetros ecológicos observados, e que isso será definido no futuro do projeto.
O analista Marcos Roberto Ferramosca Cardoso explica que, após a fase experimental, será possível conhecer com mais detalhes a fauna silvestre desta Unidade de Conservação. Encerrando a fase experimental serão definidos os melhores pontos, a periodicidade de retirada das imagens das armadilhas para se alcançar os melhores resultados possíveis.
Estrada Parque Transpantaneira
A Estrada Parque Transpantaneira é uma Unidade de Conservação que atravessa o Pantanal até a região de Porto Jofre (a 241 km de Cuiabá). A Unidade é de uso sustentável e tem cerca de 8,6 hectares. Neste corredor são avistados com facilidade animais típicos da fauna silvestre local como tuiuiús, jacarés, cervos-do-pantanal, entre outros.
Por Lorena Bruschi
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