Criado com o objetivo de coordenar a cadeia produtiva do leite, aumentando a produtividade e a qualidade da produção para 2 bilhões de litros por ano nos próximos dez anos, o Plano MAIS LEITE, MAIS RENDA, foi lançado no início de março, na cidade de Lins, no interior paulista.
O objetivo é atender um rebanho de cerca de um milhão de cabeças, que já é voltado exclusivamente à pecuária de leite, e de 4,5 milhões de gado misto, destinado à produção de leite e ao abate, principalmente em pequenas propriedades de produtores familiares. Segundo o vereador e presidente da Câmara de Lins, Rogério Barros, esse programa vai fortalecer a pecuária leiteira na região, além de gerar emprego e renda para a população. “Já fomos a segunda maior bacia leiteira do Estado e com o Mais Leite, Mais Renda, retomaremos nossa produção e lugar de destaque na pecuária leiteira paulista”, observa.
O leite continua sendo um setor que possibilitará o desenvolvimento sustentável ao Brasil, tanto pela necessidade de crescimento e geração de valor e renda, como pela capacidade que esta cadeia produtiva tem de inserir pessoas e proporcionar oportunidades. Seguem firmes as
premissas das demandas mundial e brasileira, bem como as de que o Brasil é um dos países com as melhores condições para aumentar a oferta de produtos lácteos e atender a esta ávida demanda.
Temos pela frente boas condições novamente para o desenvolvimento do Brasil. Aparentemente, o período mais tenebroso ficou para trás, deixando dor por todos os lados, afinal retroceder quase 8% do PIB em apenas dois anos não é para qualquer um. Temos para 2017 na
arena mundial uma perspectiva de crescimento maior, ficando entre 3,5% e 4%, o que estimulará a demanda. Este crescimento mundial ajuda na recuperação dos preços das commodities e os termos de troca destas com outros bens melhoram. Além disso, aumenta o saldo comercial brasileiro, ajuda no controle da inflação e intensifica a arrecadação de tributos. Caindo a inflação, podem cair mais rapidamente os juros que drenam nossa atividade econômica. Fora isso, as reformas, avançando no Brasil, ajudam a diminuir a percepção de risco da nossa economia.
Então, para a cadeia produtiva do leite são duas boas informações: crescimento maior da economia mundial e retomada da economia e do consumo no Brasil.
As estratégias recomendadas neste plano para o leite focam em gestão da propriedade, nutrição do rebanho, pastagem (formação, reforma, manejo, adubação, irrigação e recuperação de pastagens degradadas), suplementação alimentar, produção de alimentos volumosos para seca, Boas Práticas sanitárias e de reprodução (incluindo manejo sanitário de bezerras, novilhas, vacas e reprodutores, manejo reprodutivo, inseminação artificial e outras técnicas, manejo de ordenha, prevenção, controle e tratamento de mastite e controle de zoonoses), conforto e, bem-estar animal, melhoramento genético do rebanho, destinação adequada dos resíduos e finalmente, agregação de valor, qualidade do leite e produção de alimento seguro.
São estratégias absolutamente sintonizadas com um adequado diagnóstico do que falta a São Paulo para aproveitar todas as oportunidades que se abrem para criação, captura e compartilhamento de valor na cadeia do leite. O desafio agora deste grupo é motivar nossas estruturas públicas e privadas para a difícil, mas prazerosa, atividade de implementação das ações propostas.
Este é apenas um trecho da introdução escrita pelo Prof. Dr. Marcos Fava Neves – Professor titular da FEA/USP, campus de Ribeirão Preto. Em 2013, foi professor visitante internacional da Purdue University (EUA) e, desde 2006, é professor visitante internacional da Universidade de Buenos Aires.
Lembrando que o estudo foi realizado para atender inicialmente a região de São Paulo, mas as estratégias e conteúdos são relevantes e podem ser adaptados as demais bacias leiteiras do país.
Você pode baixar o plano Mais Leite, Mais Renda clicando aqui. Boa leitura!
Por: AGRONEWS