Embrapa discute inovação com jovens empreendedores no Cotidiano Summit

Oportunidades de gerar mais valor para o agronegócio, as possibilidades de interação das startups com a Embrapa e o papel da liderança feminina foram os temas centrais da participação dos pesquisadores Cleber Soares, diretor de inovação e tecnologia, e Silvia Massruha, chefe da Embrapa Informática Agropecuária, no Demoday do Cotidiano Summit, realizado na quarta (14), no Museu da República, em Brasília (DF).

Debates sobre empreendedorismo, liderança, inovação e negócios sociais de impacto envolveram jovens empreendedores, investidores e outros atores do chamado ecossistema de inovação, que reúne ainda aceleradoras de startups, empresas de base tecnológica e instituições de pesquisa e ensino no evento organizado pela Cotidiano, aceleradora de startups parceira da Embrapa no programa Pontes para Inovação. A programação focada em inovação faz parte do Brasília Cidade Design, série de eventos sobre economia criativa que ocorre de 13 a 18 de agosto no Conjunto Cultural da República, na Capital Federal.

O diretor de inovação apresentou na palestra de abertura os desafios e oportunidades para incrementar a inovação e tecnologia na agricultura brasileira. Segundo Cleber, as cinco diretrizes que estão conectadas com a capacidade de gerar valor na agricultura são fortalecer a inovação aberta, junção da sustentabilidade com novos modelos de negócios, atuar no ecossistema de inovação, incrementar a inovação social e inclusão tecnológica, e por fim, a transformação digital.

“Sustentabilidade é o driver da inovação do agro no mundo moderno. É a moeda do momento e será metrificada por meio de carbono e água”, ressalta sobre a necessidade de descarbonizar a agricultura, avançar em insumos de base biológica, e ainda incrementar as certificações que possam contribuir com a geração de produtos percebidos como de maior valor agregado. 

Sobre o ecossistema de inovação, o diretor ressalta que setores econômicos não tradicionalmente conectados com o agronegócio estão interagindo com os diferentes atores do setor agropecuário e essa grande rede, que envolve as chamadas agritechs e foodtechs, possibilita avanços mais rápidos em inovação. O desafio de inserir neste ambiente produtivo e inovador os pequenos agricultores por meio da transferência de tecnologias também foi discutido por Cleber. “Inclusão tecnológica é essencial para a agricultura brasileira. Ainda temos 85% dos produtores distantes da inovação”, salienta.

Por fim, a força motora da inovação no agro mais transversal é a transformação digital. Neste aspecto, a evolução da agricultura desde a Revolução Verde até os sistemas integrados e agricultura de base biológica, mostra o avanço de sistemas complexos, com mais insumos de base biológica e avanço das tecnologias digitais. Para Cleber, o digital permeia as demais diretrizes e continuará sendo responsável por transformações capazes de gerar mais produtividade em persas áreas do agro.

“Os fatores tecnológicos serão o principal indicador de produtividade. Iremos substituir as métricas atuais por tecnologia por metro quadrado, por grão. O agro brasileiro produz 240 milhões de toneladas de grãos, segue quebrando recorde de safras, mas vendemos volume enquanto o mundo capta valor sobre nossas commodities”, comenta. Para reverter este quadro, no qual a agricultura brasileira ainda é fortemente exportadora de produtos de baixo valor agregado, o diretor avalia que, além de mais tecnologia e inovação no campo, será preciso orientação de marketing para produzir o que a sociedade almeja e ainda fortalecer a imagem do Brasil para que os produtos agroalimentares possam ser posicionados como premium.

Liderança feminina

A pesquisadora Silvia Massruha participou do painel liderança feminina com empreendedoras mulheres e debateu com a moderadora Daniela Estevam oportunidades para startups atuarem em conjunto com a Embrapa.

A chefe da Embrapa Informática lembrou que a Empresa foi visionária ao criar, há mais de 30 anos, um centro de pesquisa focado em TI com uma equipe multidisciplinar. “Tecnologia da informação e interação com startups também fazem parte da Embrapa do futuro. Seguiremos sendo uma facilitadora do ecossistema de agritechs e nos relacionando também com aceleradoras de startups e outras instituições de P&D para atender as demandas do agro brasileiro”, comenta.

Silvia destacou a recente parceria com a Venture Hub para selecionar startups para programa de aceleração e a participação da Embrapa no programa de promoção da economia criativa da Samsung, entre outras iniciativas.

Compartilhar este artigo
Sair da versão mobile