Edição sobre o Centro Oeste, que faz parte de coleção com todas regiões do país, contou com a contribuição de 144 pesquisadores
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vinculada ao Mapa, junto com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) editou o livro Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial. Pesquisas feitas durante mais de uma década resultaram em informações sobre 177 espécies nativas do Centro-Oeste com potencial de uso na alimentação, em medicamentos e em cosméticos.
O livro que trata da região Centro-Oeste faz parte da série Plantas para o Futuro e do Projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição. Trata-se do segundo volume da coleção. O primeiro tratou da Região Sul. A finalidade foi identificar opções de espécies nativas da flora como opções para cultivo familiar para ampliar oportunidades de investimento em novos produtos e reduzir a vulnerabilidade do sistema alimentar.
O Centro-Oeste, com 1,606 milhão de km², abriga os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, além do Distrito Federal. Na região, há três biomas: o Cerrado, o Pantanal e parte da Floresta Amazônica, o que torna a região muito rica em espécies vegetais.
A maior parte das espécies tratadas no livro têm características que indicam potencial de uso sustentável por produtores locais e pela indústria. Por isso, são tratadas como plantas para o futuro.
Contribuíram para a publicação, de 1.062 páginas, 144 pesquisadores de instituições de pesquisa e de ensino do país. Roberto Vieira, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e um dos editores, disse ser muito importante que as informações sobre a flora da região cheguem aos pequenos produtores e ao setor produtivo para o seu uso sustentável.
Vieira ressalta que a riqueza da biodiversidade, apesar de notória, ainda não apresenta inserção significativa no mercado. “Essa situação só pode ser revertida com investimentos na geração de tecnologias adaptadas às condições socioeconômicas”. O conhecimento compartilhado no livro é um passo importante para o desenvolvimento de novas tecnologias, afirmou.
A obra contribui ainda para o resgate de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, particularmente no que se refere à promoção do uso sustentável de componentes da biodiversidade, como previsto na Convenção sobre Diversidade Biológica e no Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura (TIRFAA).
Fonte: Mapa