Com o objetivo de debater informações sobre o milho e o algodão segunda safra, cultivados após a soja, a Fundação MT em Campo – 2ª Safra foi sucesso de público nos dois municípios de Mato Grosso em que foi realizado. Mais de 700 participantes foram recebidos no dia 7 de maio em Nova Mutum, no médio norte do Estado, e em 4 de junho, em Sapezal, na região Parecis. Os eventos apresentaram experimentos que estão sendo conduzidos à campo com até três anos e promoveram o debate, a troca de informações e o esclarecimento de dúvidas entre profissionais do campo e pesquisadores.
Em Sapezal, na área de pesquisa da Fundação MT na Fazenda Tucunaré, um dos experimentos apresentados avalia didaticamente o desenvolvimento e produtividade do algodão safrinha, cultivado em esquema de sucessão. Taimon Semler, coordenador de Pesquisa do Programa de Monitoramento e Adubação (PMA), explica que o objetivo é comparar, ao longo do tempo, o efeito do sistema soja-algodão (tradicional) com outros sistemas de sucessão, neste caso com plantas de cobertura como a crotalária, brachiária, milheto e com o pousio. “Hoje o cultivo do algodão segunda safra é predominante no Estado, isso ocorreu principalmente em razão da redução do ciclo da soja e então houve a possibilidade de em um mesmo ano agrícola ter duas culturas de grande valor agregado”, ressalta.
O pesquisador conta que o experimento é recente, está no segundo ciclo da cultura do algodão (iniciou na safra 2014/15) e já apresentou resultados muito interessantes. “Verificamos uma produtividade de algodão em caroço com aproximadamente 100 arrobas a mais quando cultivado após crotalária, brachiária e soja, comparado ao pousio. Nos surpreendeu ainda mais por ser apenas o primeiro ano do ensaio”, pontua. O objetivo do PMA é continuar desenvolvendo a pesquisa para obter resultados mais confiáveis, acumulados ao longo das safras para cada sistema.
Luciano Roberto Brauwers, gerente de Agricultura de Precisão do Grupo Scheffer, em Sapezal, é um desses participantes que não perdem praticamente nenhum evento da Fundação MT, ou como ele mesmo explica, “a não ser que seja impossível em razão do volume de trabalho, na colheita, por exemplo”. O profissional do agronegócio considera o dia de campo um dos eventos com maior difusão técnica. “A pesquisa feita à campo pela Fundação MT representa muito a nossa realidade e este evento na safrinha nos ajuda muito, pois a segunda safra tem muita importância para o Grupo. Além disso, a riqueza dos trabalhos traz resultados a longo prazo”, frisou.
Para o produtor rural Nilton Coelho de Oliveira, de Lucas do Rio Verde (MT), que foi ao evento de Nova Mutum em maio, no Centro de Aprendizagem e Difusão (CAD), a participação agrega informação com relacionamento. “Conseguimos ver os resultados dos experimentos e também conversar com pesquisadores. Essa é a primeira vez que viemos e gostei muito, pois é o que fazemos no campo e nos dá subsídio”, destacou o produtor, acompanhado do filho.
Os eventos contaram com participantes de vários municípios de Mato Grosso e também do Tocantins, Bahia, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e do Paraná. O Fundação MT em Campo – 2ª Safra recebeu o patrocínio da AgroAnálise, Aprosoja, Aprosmat, Arysta, Basf, Bayer, Du Pont, Kleffmann Group, Mosaic, Saga Ford, Syngenta, TMG, UPL e Vale Fertilizantes.