Desde março, os principais desafios têm sido a maior escassez de containers e limitação de capacidade dos navios para acomodar a crescente demanda de mercados em destaque como o asiático e norte-americano. Assim, há um aumento dos fretes marítimos e entra em ação a velha lei de mercado – oferta x procura.
O commercial & overseas director da Eternity Global Logistics, Rubens Nagel Junior, conversou com o IBRAFE e explicou algumas das principais dificuldades na exportação, principalmente no último ano. “Enfrentamos um cenário de oferta limitada de navios e estoque de containers na costa. Esta realidade deve permanecer ao longo do terceiro e quarto trimestres, historicamente os mais fortes para o setor”, declarou.
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Há companhias de navegação operando navios extras (extra-calls) com maior foco na importação da China, devido ao frete de valor bem mais atrativo do que em anos anteriores. Eles estão empenhados também no rápido reposicionamento de containers vazios para os portos chineses.
“Vale lembrar que o evento com o navio Ever Given, no Canal de Suez, também agravou o reposicionamento de containers para a costa brasileira”, lembrou Nagel.
A importação e exportação brasileira em containers registrou alta de 14% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período de 2020 – dados do DataLiner. O estoque de containers vazios no Brasil não tem acompanhado a demanda, que se intensificou a partir de março.
Feijão
Com a moeda muito favorável à exportação, as commodities e alimentos em geral têm batido recordes. As exportações de proteína animal, por exemplo, tiveram o melhor abril da história em toneladas e receita – segundo dados da SECEX (Secretaria de Comércio Exterior). Somente o porto de Santos teve crescimento de 30% em março sobre o realizado no mesmo mês do ano passado.
“Os fretes têm seguido a mesma tendência especialmente a partir de abril, e devem se elevar no segundo semestre. Acredita-se que estes custos sejam absorvidos em virtude de um cenário favorável no exterior pela alta demanda de alimentos. Obviamente, também esperamos que escalas extras de navios sejam viabilizadas para o escoamento da exportação”, acrescenta o diretor.
Parceiro do IBRAFE na promoção de exportação de Feijões e Pulses, Nagel enxerga um desafio possível de ser superado.
“Precisamos todos, em conjunto, trabalharmos com maior planejamento para acomodação da safra das Pulses. Anteciparmos as programações e a escolha de parceiros eficientes para a garantia de espaços e containers a partir de maio serão atitudes chave para 2021”, finalizou.
Por Ibrafe
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