As exportações do agronegócio do Brasil tiveram redução de 11% em agosto ante o mesmo período do ano passado, para 8,27 bilhões de dólares, com uma menor demanda da China por soja pesando sobre os números brasileiros
De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Agricultura, a queda das exportações em geral foi resultado, principalmente, do recuo dos preços médios dos produtos (-7,2%), além da redução da quantidade embarcada (-4,1%).
No caso da soja, principal produto de exportação do Brasil, a China reduziu as compras para 4,1 milhões de toneladas, menos 2,8 milhões de toneladas ante agosto de 2018, segundo dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do ministério.
“Deve-se ressaltar que a queda nas exportações de soja em grão à China foi idêntica à queda para o mundo”, diz a nota do ministério.
Ao todo, as exportações de soja do Brasil recuaram para 5,3 milhões de toneladas no mês passado, ante 8,12 milhões em agosto do ano passado.
O país asiático, maior importador global de soja, está comprando menos neste ano por conta do impacto da peste suína africana nas criações, que reduz a demanda pela matéria-prima de ração.
No ano passado, no ápice da guerra comercial EUA-China, os chineses voltaram-se fortemente ao Brasil, maior exportador do produto.
Mesmo com as reduções, a participação dos produtos do agronegócio aumentou no total das exportações brasileiras, chegando a 44,1%.
“Tal efeito ocorreu em virtude da queda mais pronunciada nas exportações dos demais produtos que não são do agronegócio. Esses produtos tiveram redução de 14,5%, portanto, uma queda superior aos 11% das exportações do agronegócio brasileiro”, disse a nota.
De outro lado, conforme a Reuters informou mais cedo no mês, as exportações de milho atingiram um recorde, ajudando a minimizar a redução nos embarques de soja.
Os embarques do cereal, que somaram 7,6 milhões de toneladas, renderam ao país 1,34 bilhão de dólares no período (+169,2%)
Os cinco principais países importadores de milho brasileiro, no mês, foram Egito (894,3 mil toneladas), Irã (885 mil toneladas), Japão (831,7 mil toneladas), Espanha (798,1 mil toneladas) e Vietnã (633,6 mil toneladas).
Por Roberto Samora/ Reuters