Sustentabilidade e Carbono Neutro serão temas em destaque na ExpoZebu 2023. Nós do Agronews estivemos presentes no evento de lançamento e também abordamos sobre o potencial produtivo de Mato Grosso para setor da pecuária. Confira!
Em coletiva de imprensa realizada (13) na sede da Sociedade Brasileira Rural (SRB), a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) anunciou o lançamento da 88ª ExpoZebu, a maior feira de raças zebuínas do mundo. Durante o evento que contou com a participação da imprensa nacional e internacional, a entidade apresentou em detalhes a programação que será desenvolvida este ano.
Com 35 leilões oficializados, três shoppings de animais, 12 julgamentos de raças, dois campeonatos especiais de matriz modelo e matriz frigorífico, concurso leiteiro, mostras culturais, eventos técnicos, dias de campo, Farm Tours e outras atrações. O destaque central ficou por conta do primeiro seminário sobre carbono neutro inserido na programação, onde serão abordados temas como a contribuição da pecuária zebuína para setores que vão além do produtivo.
Nós do Agronews estivemos presentes no evento de lançamento e você pode conferir abaixo o momento em que destacamos as inovações trazidas para ExpoZebu deste ano e as perspectivas para a pecuária mato-grossense. Aperte o Play!
Zebu Carbono Neutro
Em 2023, o ‘1º Seminário Zebu Carbono Neutro – Pecuária Sustentável Gerando Riquezas’ será uma das atrações da ExpoZebu. Organizado pela ABCZ, em parceria com a My Carbon, empresa do Grupo Minerva voltada para o mercado de créditos de carbono, o evento trará técnicas inovadoras para produzir mais com menos impacto ambiental.
Em entrevista ao Agronews, o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid, explica que Grandes players da indústria da carne já se comprometeram a produzir carne de forma neutra em carbono até 2035. A ABCZ, além de promover o melhoramento genético das raças zebuínas, tem como objetivo levar informação ao produtor rural e promover o registro genealógicos das raças. “Nós temos que trazer a informação para os nossos produtores e o tema carbono é um assunto que está aí. Então o nosso papel da ABCZ é ser o responsável junto ao Ministério da Agricultura de promover o registro de genealógico das raças zebuínas e de promover o melhoramento genético delas, também de levar informação ao nosso produtor rural.“, disse o presidente.
Segundo informou o Superintendente de marketing da ABCZ, Juan Lebron, o seminário será divido em duas partes: a primeira abordará a questão das emissões e a pesquisa, com foco na cadeia de carbono. Já a segunda parte tratará de questões metodológicas do mercado. Será discutido, por exemplo, como comprar e vender carbono, além de aspectos jurídicos e regulamentações. “A ABCZ, o Brasil e o Mato Grosso, sem dúvida nenhuma, tem feito um trabalho na pecuária fantástico, reconhecido no mundo e com exportação recorde a cada ano. A questão da sustentabilidade é uma pauta que ganhou importância cada vez maior. Ou seja, falar que a nossa carne é boa, mostrar que a nossa carne é boa e competitiva, nós já fomos competentes e vamos continuar sendo. Agora a visão que a gente tem é que precisamos falar de sistemas produtivos, ou seja, como essa carne tão boa e produzida. E me refiro em bem-estar animal, em questão de carbono e em toda todas as áreas.“, defende Lebron.
Em resumo, o objetivo do seminário é iniciar uma agenda de discussões para tratar dos sistemas produtivos da pecuária, levando em conta a sustentabilidade e o bem-estar animal, além das questões de carbono.
Uso de DDG e crescimento da pecuária em Mato Grosso
Aproveitando a oportunidade, questionamos sobre o potencial produtivo de Mato Grosso e da pecuária nacional, com o uso do DDG (Dried Distillers Grains – Grãos Secos de Destilaria). A produção de DDG está em crescente expansão no Brasil, sendo que a expectativa é que a produção de milho para produção de etanol chegue a 30 milhões de toneladas até 2030. O presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo, avalia que isso será muito impactante para o setor da pecuária, que já está se desenvolvendo para utilização do DDG tanto para ruminantes como para monogástricos. “Esse é um assunto que nós discutimos recentemente, inclusive é crescente a produção de DDG. Você percebe que hoje o Brasil consome em torno de 14 a 15 milhões toneladas de milho para produção de etanol e a expectativa é que até 2030 isso seja seja de 30 milhões de toneladas. E logicamente isso é de muito interesse para o setor da pecuária.“, avalia o presidente da SRB.
Sobre mercado, principalmente a produção mato-grossense, Juan Lebron complementou dizendo que Mato Grosso além do aumento da disponibilidade de DDG, tem uma perspectiva de crescimento de confinamento talvez a mais equilibrada do Brasil. “Mato Grosso tem eu diria uma perspectiva de crescimento de confinamento talvez a mais equilibrada do Brasil entre oferta de produto a ser confinado, produção de grãos e indústria frigorífica. Enfim, no crescimento do confinamento do Brasil, sem dúvida nenhuma, o Mato Grosso está descolado do restante e cada vez mais ele tem todas as condições adequadas, inclusive a falta de logística para exportação que a gente tem e eles passam a exportar milho em forma de carne.“, finaliza o Superintendente de marketing da ABCZ.
Sobre a ExpoZebu
A ExpoZebu será realizada no Parque Fernando Costa, nos dias 29 de abril a 7 maio. A feira deve atrair um público superior a 430 mil pessoas e gerar mais de R$ 350 milhões em negócios.
Mais informações acesse o site oficial do evento: https://expozebu.com.br/
Por Vicente Delgado – AGRONEWS®