No estudo conjunto ontem divulgado, FAO e OCDE deixam um alerta em relação às tendências de incremento anual da produção mundial de carne de frango: 2018 pode ficar caracterizado como o último exercício com incremento anual de produção superior a 3%
Em outras palavras, a partir do ano que vem o incremento anual tende a recuar para 2% e, entre 2020 e 2027, deve girar em torno de 1,7% ao ano.
Essa perspectiva contrasta, por exemplo, com o que foi observado em 2011, ano em que a produção mundial de carne de frango aumentou mais de 4% em relação ao ano anterior. Porém, a tendência de crescimento moderado nestes próximos 10 anos (o estudo FAO/OCDE abrange o período 2018-2027) não é só do frango, envolve todas as carnes.
O interessante, neste caso, é que a expansão moderada não está relacionada à produção propriamente dita e, sim, à demanda. Ou seja: o mundo tende à moderação no consumo de carnes.
Dessa forma – apontam FAO e OCDE – enquanto na década 2008/2017 a demanda mundial pelas carnes se expandiu à uma média de 1,88% ao ano, entre 2018 e 2027 essa expansão deve ficar ligeiramente aquém de 1,15% ao ano – redução de quase 40% em relação aos 10 anos anteriores.
De acordo, ainda, com os dados divulgados, cerca de 0,82% do crescimento anual previsto serão determinados pelo aumento vegetativo da população. Menos de 0,33% serão decorrentes do aumento do consumo per capita – um índice de expansão bem inferior aos previstos, por exemplo, para pescados e laticínios, cujas demandas per capita tendem a aumentar 1,24% e 1,34% ao ano, independente do crescimento vegetativo da população.