Superadas as anomalias registradas em junho (todas decorrentes da crise desencadeada pelo movimento dos caminhoneiros), o mercado do frango abatido volta ao “arroz e feijão” de sempre. O que significa dizer: alta até, aproximadamente, a metade do mês e, a seguir, perda (às vezes parcial, às vezes total) dos ganhos da primeira quinzena
Em julho corrente essa perda está sendo total, pois o preço médio registrado ontem no mercado atacadista da cidade de São Paulo (base: frango resfriado no Grande Atacado) já era menor que o alcançado no primeiro dia de negócios do mês.
De toda forma, julho está sendo encerrado com um desempenho que não havia sido observado nos meses anteriores à greve. Ou seja: pela primeira vez em 2018 (e excetuado o comportamento atípico de junho passado), o preço médio do mês é superior ao do mesmo mês de 2017.
É verdade que no mês de maio a média registrada foi ligeiramente superior (meio por cento) à do mesmo mês de 2017. Mas esse resultado é descartável, pois foi influenciado pelo movimento dos caminhoneiros, iniciado em 21 daquele mês.
Mesmo isso, porém, não altera o fato de que em julho corrente (excluída a anomalia de junho) está sendo obtido o melhor preço médio dos primeiros sete meses de 2017 e 2018.
Mas a presente melhora – excetuada a constatação de que, agora sob condições normais, vem ocorrendo recuperação de preço – em pouco ou nada influencia o desempenho do setor no ano. Porque, mesmo considerada a atipicidade de junho passado (responsável por, artificialmente, puxar para cima a cotação média do produto), o preço médio do frango resfriado no ano– R$3,16/kg – permanece 5% aquém dos R$3,34/kg alcançados entre janeiro e julho de 2017.
Aliás, até nominalmente (isto é, desconsiderando a inflação que desvaloriza a moeda) essa é a pior média dos últimos quatro anos, pois, nos sete primeiros meses de 2015, o frango abatido resfriado foi comercializado por, em média, R$3,18/kg. E no ano seguinte, 2016 – quando o mercado foi afetado por crise, até então inédita, no abastecimento de matérias-primas – a média registrada foi de R$3,56/kg.
Ou seja: como enfrentamos as mesmas condições de custo de 2016, ainda há muito a recuperar.