Cotado por valores que variaram entre R$4,70/kg e R$4,80/kg (base: produto resfriado negociado no Grande Atacado da cidade de São Paulo), o frango abatido alcançou ontem (5) valorização de 68,1% em relação aos preços que vigoraram apenas um mês atrás, nos primeiros dias de maio
Não se conclua, porém, que essa valorização é conseqüência do movimento dos caminhoneiros: parte dela foi alcançada na primeira quinzena do mês passado, ou seja, bem antes que ocorresse a paralisação ampla e irrestrita do trânsito de veículos em todo o País.
Entre o final de abril e o início de maio o frango abatido registrou, nominalmente, os menores preços dos últimos cinco anos. Mas no curto espaço de duas semanas suas cotações obtiveram alta – considerada excepcional – de 35%, desempenho atribuído à passagem do Dia das Mães, mas decorrente, sobretudo, do esforço pela readequação da produção a um mercado mais restrito, processo iniciado em março.
Mas, como sempre acontece, na virada da primeira para a segunda quinzena começou o retrocesso. Que, pela primeira vez em 2018, manteve o frango abatido com, aproximadamente, os mesmo preços alcançados em idêntico período de 2017.
As baixas então registradas tendiam a se estender até o final de maio. Mas aí veio o movimento caminhoneiro e, com o abastecimento prejudicado, as altas foram imediatas. E não cessaram até agora. Assim, após uma desvalorização de quase 9% entre 16 e 22 de maio, já no dia 23 iniciou-se nova fase de reversão que culminou, ontem, com um ganho de 68,1% em apenas um mês.
A esta altura os preços alcançados pelo frango abatido se igualam (mas apenas nominalmente) ao recorde mantido desde setembro de 2016 quando, por força de uma compulsória redução de produção imposta pelos altos custos de produção, o produto foi negociado por pouco mais de R$4,75/kg.
Parece estar claro, porém, que desta vez aquele recorde será superado. O que – diga-se de passagem – é, mais do que oportuno, absolutamente imprescindível. Pois os custos de produção atuais já se encontram bem acima dos registrados em setembro de 2016.
ET.: a despeito da valorização recente, o preço médio alcançado no ano pelo frango abatido permanece 11% abaixo do alcançado em idêntico período do ano passado. Quando, por sinal, os custos de produção eram bem inferiores.