O AviSite já observou e órgãos de acompanhamento do mercado confirmaram: em 2018 o frango abatido vem registrando o menor valor real dos últimos 12 anos. Porém, comparativamente à sua curva sazonal de preços, ele tende a retroceder ao menor valor relativo dos últimos 18 anos
Tomando como base a curva sazonal relativa ao período 2000/2017 (média do ano anterior = 100), observa-se que, após ligeira estabilidade no bimestre inicial do ano, o preço do frango decresce nos três meses seguintes, período em que chega a ficar negativo em comparação à média do exercício anterior.
Em 2018, a estabilidade no bimestre janeiro-fevereiro se manteve. Mas o ano já foi iniciado com valor negativo em relação à média de 2017, processo que se aprofundou nos meses seguintes. Em março, por exemplo, o preço médio registrado (cerca de R$2,80/kg) correspondeu a 83,6% da média registrada no ano passado (pouco mais de R$3,35/kg). E em abril (10 primeiros dias do mês) se encontra a 79,1%. Mas esse índice tende a cair ainda mais, pois dificilmente haverá valorização do produto no restante do mês.
Se isso se confirmar, o frango terá atingido o menor valor do mês de abril dos últimos 18 anos, pois, relativamente, tende a registrar preço inferior ao alcançado em abril de 2006, quando a média mensal então alcançada correspondeu a 77,7% da média do ano anterior.
Além dessa possibilidade, porém, há uma curiosidade a registrar: os piores momentos do frango nos últimos 18 anos foram observados exatamente em 2006, ano em que o mercado internacional enfrentou profunda recessão em decorrência de casos humanos de Influenza Aviária. Porém, os baixos preços então registrados se estenderam até o mês de julho, iniciando-se a partir daí um processo de revitalização do produto.
Mas não é nesse ponto que está a curiosidade e, sim, no fato de que os menores preços relativos dos últimos 18 anos no período agosto-dezembro foram registrados no ano passado. Sim, em 2017! Quer dizer: a deterioração de preços do frango não é ocorrência recente, tem pelo menos 9 meses. Só não foi notada antes porque os custos de produção permaneciam favoráveis ao setor produtivo.