Alertando que os dados não são, ainda, oficiais, mas projetados por seu staff no Brasil – neste caso, pelo especialista agrícola João Faustino Silva, sediado na embaixada dos EUA, em Brasília – o Departamento Norte-Americano de Agricultura (USDA) acaba de divulgar sua terceira previsão sobre as tendências da carne de frango (produção, exportação, disponibilidade interna) no País em 2018, bem como as primeiras projeções para o exercício vindouro, 2019
Comparativamente à previsão mais recente (de abril passado) é previsto agora ligeiro aumento na produção de 2018. Mas como a produção de 2017 foi revisada para cima (de 13,150 milhões de toneladas para 13,612 milhões de toneladas), o total ora sugerido – 13,550 milhões de toneladas – significa redução de quase meio por cento sobre o ano anterior.
Em relação às exportações de 2018, as novas projeções vêm com uma terceira redução. Na primeira projeção, de outubro de 2017, foram previstas para o Brasil exportações da ordem de 4,150 milhões de toneladas. Já na segunda projeção, de abril passado, esse volume recuou para 3,875 milhões de toneladas. Agora estão sendo projetados 3,685 milhões de toneladas, volume 4,21% menor que o registrado no ano passado (pelo USDA, 3,847 milhões de toneladas).
Embora as exportações possam recuar mais de 4%, a perspectiva de uma produção também menor minimiza a possibilidade de um aumento significativo na disponibilidade interna. Assim, o saldo previsto, de 9,866 milhões de toneladas, representa aumento de apenas 1% sobre o total disponibilizado em 2017.
Quanto às perspectivas para 2019, o analista agrícola do USDA no Brasil observa que o setor avícola vem apresentando um “otimismo cauteloso”. Conta, por exemplo, com uma boa safra de milho e soja e, por decorrência, com custos de produção mais palatáveis. Espera, também, ver superados os efeitos da Operação Carne Fraca e, assim, garantir a presença no mercado externo – que favorece o produto brasileiro, livre do impacto negativo da Influenza Aviária. E, para o mercado interno – com a perspectiva de crescimento da economia, de inflação baixa, de aumento da confiança do consumidor e de continuidade dos preços competitivos da carne de frango – a perspectiva é de aumento do consumo.
Tudo isso, em suma, leva à projeção de aumentos de pouco mais de 2% na produção, de cerca de 3% nas exportações e de pouco mais de 2% na disponibilidade interna do produto que, pelos dados do USDA, deve ultrapassar pela primeira vez os 10 milhões de toneladas. Notar, de toda forma, que a projeção de exportação para 2019 continua menor que a de 2017.
A ressalvar que, nestes levantamentos, o USDA desconsidera às exportações brasileiras de pés/patas de frango direcionadas para o mercado chinês (China + Hong Kong). E isso levado em conta, a disponibilidade interna é cerca de 300-400 mil toneladas menor que as apontadas para os três exercícios.
Fonte: Avisite