Comercializado por R$3,10/kg nas duas últimas semanas, ontem (6) o frango vivo negociado em Minas Gerais perdeu 15 centavos de seu preço, pois as negociações efetivadas ocorreram no patamar de R$2,95/kg, com queda próxima de 5%
De certa forma, essa redução podia ser esperada, porquanto desde o início do mês o mercado mineiro vem se mostrando calmo e com algumas das vendas sofrendo descontos em relação ao valor referencial. Mesmo assim, a baixa surpreende. Porque repete o mesmo fenômeno observado um mês atrás em São Paulo: baixa em plena primeira semana do mês, época em que o mercado comprador se mostra mais ativo. Pior ainda, porém, para Minas Gerais. Pois a queda acontece em dezembro, momento de maior consumo do ano e quando, historicamente (salvo raras exceções), são registrados os melhores preços de cada exercício.
Teoricamente, São Paulo volta a registrar valor superior ao de Minas Gerais, pois a cotação do frango vivo entre os produtores paulistas permanece inalterada nos R$3,00/kg há exatos 30 dias, ou seja, desde 7 de novembro de 2018. Na prática, porém, o preço médio de São Paulo deve permanecer aquém da nova cotação mineira, porquanto boa parte das vendas continua sendo efetuada com desconto de até 50 centavos.
Excesso de oferta? Aparentemente, não. Pois (dados da APINCO), o alojamento de pintos em São Paulo no mês de outubro (cujos últimos abates vêm sendo efetuados neste instante) recuou quase 4% em relação a outubro do ano passado. E como o alojamento de Minas Gerais aumentou apenas 1%, a oferta somada dos dois estados é, neste ano, cerca de 2% menor.
Na realidade, o que vem gerando grandes excedentes no mercado de aves vivas (cada vez mais restrito, à medida que se amplia a produção integrada) é a inesperada entrada, nesse mercado, de um maciço volume de produto vindo, exatamente, de empresas integradas.
Não que essa presença seja novidade: habitualmente as integrações se servem do mercado “spot” do frango vivo para preservar os preços do frango abatido. Mas, desta vez, o processo vai além do habitual: pois além de ser mantido há mais de mês (em geral, o recurso só é adotado na segunda quinzena do mês, quando vendas e preços decrescem), o volume despejado no “mercado independente” excede todas as possibilidades de consumo.
Ao que tudo indica, várias empresas – atentas à retomada do mercado neste final de 2018 – se prepararam para abater mais frangos que o habitual. Mas enfrentam as chamadas “inadequações” legais no processamento – questão que restringe a capacidade de abate. Em tais situações, a única saída é, efetivamente, o mercado do frango vivo.
Fonte: Avisite