Depois dos avicultores mineiros, é vez dos paulistas começarem a obter melhor remuneração para o frango vivo. Com dois ajustes consecutivos de cinco centavos cada – um na sexta-feira (11), outro no sábado (12) – o produto negociado no interior de São Paulo rompeu uma estabilidade que durava mês e meio (exatos 45 dias) e terminou a semana cotado por R$2,30/kg
Há quem repute os ajustes da semana – tanto os de Minas Gerais como os de São Paulo – ao pagamento dos salários e ao reencontro das famílias na comemoração do Dia das Mães. Elas merecem, sem dúvida. Mas as primeiras altas após mais de 200 dias de estabilidade ou baixas (sim, em São Paulo a última alta do frango vivo foi registrada em 23 de outubro de 2017) são reflexo, apenas, dos grandes e muito maiores desafios que o setor vem enfrentando desde março passado.
Em outras palavras, a oferta recuou sensivelmente. E não apenas porque houvesse necessidade de readequar a produção a um novo momento do mercado, mas também ou sobretudo porque as condições de produção tornaram-se insustentáveis. A ponto de tornar a redução um ato compulsório.
Sob esse aspecto, pois, as altas tendem a continuar, independentemente da passagem da data comemorativa das Mães ou, mesmo, da aproximação do final da primeira quinzena. Porque – como mostrou recentemente o AviSite – o recuo da produção remete o setor de volta aos primeiros meses de 2010.
É o começo de uma recuperação que ainda tem muito a avançar até alcançar novamente o ponto de equilíbrio.