O frango vivo comercializado no interior paulista passou pelos dois “feriadões” de abril e chegou ao primeiro de maio sem sofrer qualquer alteração no preço (referencial) alcançado em 31 de março: R$2,50/kg. No fechamento de abril completou 31 dias de vigência sem qualquer alteração, embora durante todo esse período negócios por valores inferiores tenham sido realizados.
Em outras palavras, o fim da Quaresma e o outrora estimulante Domingo de Páscoa não tiveram qualquer efeito sobre a demanda do setor que, diante desse comportamento, registrou o menor preço médio dos últimos 11 meses – ou, em valores reais (isto é, descontada a inflação), dos últimos 22 meses.
Porém, consideradas as circunstâncias que envolveram o mercado no quarto mês do ano não foi um mau resultado. Primeiro, temia-se que os efeitos da Operação Carne Fraca – bastante visíveis nas duas últimas semanas de março – tivessem continuidade em abril. E isso não ocorreu, pois a estabilidade prevaleceu.
Segundo – e principalmente – temia-se que os feriados extensos do período determinassem queda de procura e, com ela, redução de preços. Mas isto também não ocorreu, embora possa ter ocorrido menor consumo – uma demonstração de que o setor atuou previamente para enfrentar o mês cheio de interrupções.
Completado o primeiro terço de 2017, o frango vivo alcança preço médio próximo de R$2,63/kg, valor quase 4% inferior aos (quase) R$2,73/kg registrados entre janeiro e abril de 2016. No entanto, esse também não é um mau resultado, pois obtido em momento que os custos de produção são decrescentes – ao contrário de um ano atrás.
Mas não só isso. Um ano atrás não havia retorno, pois o custo médio (dados da Embrapa Suínos e Aves para o 1º quadrimestre), sem ter ainda atingido seu ápice, andava por volta de R$2,84/kg. Já neste ano deve girar em torno de R$2,50/kg, o que, mesmo tendo pouca representatividade frente aos prejuízos acumulados desde o início do ano passado, indica que o setor dá os primeiros passos a caminho da recuperação.
Fonte: Agrolink