Usando linguagem futebolística, em março “o meio de campo embolou”. Pois, considerado o período de vigência do real, tanto o frango vivo como o ovo e, ainda, o milho, fecharam o mês com, praticamente, o mesmo índice de evolução de preço. Ou seja: em relação a agosto de 1994, o milho aumentou 370%, o ovo quase 359% (11,28 pontos percentuais a menos) e o frango vivo 348% (10,62 pontos percentuais a menos que o ovo).
É verdade que, até março, o milho continuava com uma evolução de preços superior à do frango vivo e do ovo. Mas a situação mais recente é bem diferente da observada um ano antes, quando o milho registrou diferença de 190 e 230 pontos percentuais acima, respectivamente, do frango vivo e do ovo, ficando, inclusive, acima da inflação acumulada até então.
Mas o que passa quase despercebido no índice de março é a evolução de preços do ovo, superior à do frango vivo. Uma ocorrência que, mesmo não sendo inédita, é bastante rara. Assim, enquanto em janeiro o preço do ovo ficou, em valores relativos, quase 130 pontos percentuais abaixo do preço do frango vivo, em fevereiro essa diferença praticamente desapareceu e em março foi invertida – o ovo ficou 10,92 pontos percentuais acima do preço do frango vivo. Um desempenho que deve se repetir em abril corrente.
Ah!, sim. Em relação à inflação (aqui referenciada pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas) os três produtos encontram-se, agora, a uma distância bastante sensível. Ou, para uma inflação que acumula variação de 554,71%, o milho registra variação de 370,23% (184,47 pontos percentuais menos), o ovo de 358,95% (195,76 pontos percentuais menos) e o frango vivo de 348,33% (206,38 pontos percentuais a menos que a inflação).