O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, anunciou que de 22 unidades brasileiras são aptas a exportar carne de bovinos e de e aves àquele país
Duas plantas frigoríficas de Mato Grosso estão com o pé direito no maior mercado consumidor do mundo, a China. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, anunciou que de 22 unidades brasileiras são aptas a exportar carne de bovinos e de e aves àquele país. De Mato Grosso estão Natufrig Alimentos, localizada em Barra do Bugres que processa carne bovina e a SHB Comércio e Indústria de Alimentos, localizada em Nova Mutum, apta aos envios de carnes de aves.
Como explicou o ministro, onze são de bovinos e outras onze de aves, cada uma com potencial de comércio de US$ 50 milhões por ano, somando mais de US$ 1 bilhão anualmente. O ministro fez questão de ressaltar que esse potencial de negócios deriva de um novo mercado que se abriu às exportações brasileiras e que mais do que nunca esse aval é comemorado, pois ele se dá após a operação Carne Fraca, ação que colocou em xeque a qualidade da carne bovina nacional. “Após a deflagração da operação, em meados de março, a China chegou a suspender as importações de carne brasileira. Além da retomada desse mercado, conseguimos ampliá-lo”.
Maggi acrescentou ainda que a confirmação foi feita no último dia 31, por meio da Embaixada do Brasil na China, repassada ao Ministério das Relações Exteriores. “Essas 22 unidades receberam a autorização de exportação, restando agora uma visita técnica para habilitar cada uma”, que deve ser realizada ainda em 2017.
Em Mato Grosso, estado que detém o maior rebanho de bovinos do país, a China já se destaca nas estatísticas do mercado internacional de bovinos nesse ano. De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os chineses são o segundo maior parceiro comercial nas aquisições de carne bovina in natura, totalizando de janeiro a setembro (dados mais recentes), US$ 236,17 milhões em compras. O maior mercado é o Oriente Médio com mais de US$ 331,69 milhões em importações.
Maggi atribuiu a autorização dada pelo governo chinês à visita feita por ele e pelo presidente Michel Temer à China entre o fim de agosto e o começo de setembro. Durante encontro bilateral, o presidente chinês, Xi Jinping, elogiou a carne brasileira e disse ser consumidor e “garoto propaganda” do produto. À época, Maggi declarou que previa a habilitação de novas plantas frigoríficas em cerca de 60 dias, com a finalização do negócio e início das exportações até o encerramento do ano, afirmações que estão se confirmando em cerca de 40 dias após os encontros.
O presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT), Guilherme Nolasco, disse que essa autorização prévia amplia não apenas o mercado consumidor de proteína animal do Estado. As futuras habilitações de plantas mato-grossenses vão comprovando que a qualidade da produção local está nas carnes e nos processos de industrialização.
PENDÊNCIA – Conforme Maggi, atualmente, 56 unidades brasileiras estão autorizadas a exportar para a China. Além das confirmações anunciadas, existe uma segunda lista com 36 plantas que podem ainda ser autorizadas àquele mercado, mas que em um primeiro momento, não tiveram o aval concedido, “podendo ser credenciadas numa segunda rodada, após ajustes de documentos”, completou o ministro. Dessa lista existem cinco unidades de Mato Grosso, sendo quatro de bovinos, uma de suíno e uma de aves.
Por Acrimat