A seca que castiga Santa Catarina tem prejudicado a produção de leite e também de aves e suínos. De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Avicultura, José Antônio Ribas Júnior, até o início da tarde desta quinta-feira (26) o número de propriedades com perda total ou parcial nos alojamentos, entre suínos e aves, chegava a cerca de 200. “Mas esse dado terá de ser atualizado semanalmente, já que não há previsão de chuvas volumosas para esta semana, nem na próxima”, disse. Destas 200 propriedades com problemas causados pela estiagem, em torno de 130 são produtoras de aves.
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Conforme Ribas Júnior explica, isso encarece o custo de maneira significativa, já que a logística para coletar a água e transportar até as propriedades é complexa. Soma-se o custo do tratamento da água para ser ofertada aos animais, além do alto preço pago na nutrição dos bichos, encarecida pelas elevadas cotações do milho e farelo de soja.
O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, muitos suinocultores têm ofertado ao mercado animais mais leves do que o normal para venda. “Tem que puxar água para a propriedade, e junto com o preço da ração, fica complicado”, contou.
“Não tivemos redução de abate ainda, mas a situação está chegando no limite. O alojamento ainda consegue passar por um processo de compensação, adensando o alojamento onde tem água e reduzindo onde não tem, mas olhando para os números e tendo em vista mais duas semanas sem chuva, estimo que teremos comprometimento imediato de 5% nos alojamentos no oeste do Estado, mais afetado, entre as propriedades que irão reduzir ou suspender totalmente”, explicou Ribas.
Lorenzi explica que, diferente da avicultura, na suinocultura é mais complicado para reduzir os alojamentos, com os leitões já nascendo. “O que acontece é que o produtor tem que vender o animal mais leve para tentar driblar os custos. Nas propriedades de terminação, onde se usa mais água não apenas para o consumo dos animais, mas também para refrescá-los do calor, o problema é ainda maior”, disse Lorenzi.
O presidente da Acav afirma que para as aves que já foram alojadas e estão se desenvolvendo para serem abatidas, todas as providências estão sendo tomadas para que elas sobrevivam. A questão é que a paralisação ou retração dos alojamentos deve causar escassez de aves para abate em janeiro.
“O Governo do Estado e os municípios estão dando suporte, liberando verbas e fornecendo a ajuda com caminhões-pipa, mas é preciso que medidas permanentes sejam tomadas para resolver a situação, como a criação de açudes, lagoas, cisternas e poços”, afirma.
Fonte: Ovosite
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