China é responsável por 46% do total do défict geral dos EUA.
Apesar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump ter levado muitos países a apelar para a Organização Mundial do Comércio (OMC) após anunciar as sobretaxas de 25% sobre as importações de aço e 10% para as de alumínio, essa tática rapidamente se mostrou redirecionada diretamente à China. Poucos dias depois, Trump já havia isentado dessa taxação não somente países da União Europeia, como também México, Brasil, Canadá e Japão, enquanto não havia nenhuma sinalização sobre negociações com a China.
Inicialmente as sobretaxas afetaram os chineses em US$ 3 bilhões, que logo responderam com taxações de US$ 1,2 bilhão para sucata de alumínio e US$ 200 milhões para tubos de ferro e aço. Segundo o economista-chefe da Lopes Filho & Associados, Julio Hegedus Netto, a partir daí o que parecia o início de uma guerra comercial generalizada se tornou um escalada de ataques e contra-ataques entre dois países.
Enquanto os EUA determinavam a sobretaxação de 25% sobre 1.300 produtos industriais vindos da China, estes anunciaram uma lista com represálias a 106 produtos americanos. Para o especialista, o presidente dos EUA está tentando “encenar uma situação”, isso porque o país está em uma situação fiscal preocupante. “Sua dívida pública passa dos 100% do PIB e o déficit público se encontrava em US$ 660 bilhões em 2017 e só tende a aumentar neste ano. Em contrapartida, a China é o principal credor dos norte-americanos”, pontua.
Além disso, o especialista lembra que o déficit geral dos EUA atingiu os US$ 810 bilhões em 2017, sendo que 46% dele é causado pela China. Netto diz que não é surpresa que “Trump venha tentando reverter este quadro” como forma de melhorar a situação dos americanos. “Enfim, tomara que estas tensões comerciais entre China e EUA não passem de jogo de cena do presidente Trump no esforço de desviar o foco para as suas agruras domésticas”, conclui.
Fonte: Agrolink