Com restrições para vender à China, indústrias ampliam vendas para o território autônomo e aproveitam aquecimento econômico nos EUA para ganhar espaço no mercado americano
A queda nas exportações brasileiras de carne bovina para a China em outubro mexeu no ranking dos principais destinos do produto nacional. Hong Kong, considerado um mercado à parte do ponto de vista comercial, apesar de ser um território autônomo chinês, tornou-se o maior cliente dos frigoríficos exportadores do Brasil.
No mês passado, as vendas ao território somaram 13,54 mil toneladas e lideraram. O volume representa uma queda de 23% em comparação ao mesmo período do ano passado, mas já é o segundo mês consecutivo de crescimento, desde que as exportações brasileiras para a China foram embargadas no dia 4 de setembro, por conta da confirmação de dois casos atípicos de ‘vaca louca’.
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Não é a primeira vez que Hong Kong ocupa o topo do ranking de destinos da carne brasileira. Em 2017, quando a China ainda iniciava a retomada das importações do Brasil, o território já figurava no lugar mais alto do ranking, com compras anuais superiores a 250 mil toneladas. Informalmente, dizia-se que o Brasil exportava para a China por meio de Hong Kong, dado o volume de compras realizadas todos os anos.
A ausência da China do mercado no mês passado também consolidou outro importante mercado como o segundo principal destino. Os Estados Unidos importaram 8,84 mil toneladas em outubro, volume mais do que duas vezes superior ao registrado no mesmo período do ano passado. De janeiro a outubro deste ano, o Brasil exportou para o mercado americano quase duas vezes e meia o volume embarcado em todo o ano de 2020.
O aumento das exportações do Brasil para os Estados Unidos cria uma situação, no mínimo, inusitada. Os grandes frigoríficos exportadores do Brasil também possuem operações locais. A JBS, por exemplo, é dona da Swift, enquanto a Marfrig controla a National Beef. Em certa medida, os frigoríficos concorrem com eles próprios.
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