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Saiba como identificar a verminose nos rebanhos e como tratá-la utilizando a vermifugação. Confira estas e outras dicas que o AGRONEWS® preparou para você!
Por Bianca Mortelaro/AGRONEWS®
Em entrevista ao AGRONEWS®, o médico veterinário Nilton Mesquita, gerente de relações institucionais da Associação dos Criadores de Mato Grosso – ACRIMAT, faz algumas orientações para o controle parasitário da verminose nos bovinos. E aproveita para alertar sobre a importância da manutenção da sanidade animal do rebanho, principalmente no inverno.
“A verminose é um grande problema sanitário dos rebanhos de bovinos, afeta o desenvolvimento dos animais, prejudica a produção, pode levar a morte e gera prejuízo financeiro. No inverno, uma época seca, os animais sofrem mais com a verminose, com as pastagens secas e deficientes, perdem peso e tem menos resistência, a solução para este problema envolvem estratégias de controle e de combate em práticas de manejo e aplicação de vermífugos.”, orienta Nilton.
Como vimos, estes são alguns dos diversos problemas que a verminose causa nos rebanhos, mas como identificar a verminose? E com qual frequência deve-se realizar a vermifugação? Estas e outras dúvidas são comuns e serão esclarecidas ao longo deste artigo especial.
Como o rebanho é infectado e quais sintomas eles apresentam?
De forma geral os animais são infectados ao ingerir água ou alimentos com larvas de vermes, e são mais comuns em períodos secos, explica Nilton. “No caso de bovinos, os animais em desmama, de recria e as vacas de pré-parto são as categorias mais sensíveis à verminose, algumas consequências desastrosas causadas pela verminose são: redução de consumo voluntário de alimentos, redução da eficiência reprodutiva, prejuízos financeiros adicionais, possíveis problemas com resíduos das drogas na carne, no leite e no meio ambiente” afirma.
Sintomas comuns:
• Diarreia;
• Pelos arrepiados;
• Falta de apetite;
• Anemia;
• Emagrecimento;
• Barriga estufada; e
• Em casos mais graves pode até mesmo levá-lo a morte.
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Qual o período ideal para fazer a vermifugação?
A realização do tratamento deve ser iniciado a partir dos primeiros dias de vida do bezerro. Um calendário estratégico deve ser elaborado para maior controle parasitário dos lotes de rebanhos e deve ser adotado na época do ano mais oportuna, o inverno, quando a quantidade de parasitas nos animais são maiores que na pastagem.
Os tratamentos se concentram em períodos pré-determinados, no início, meio e final da seca que na grande maioria das regiões brasileiras condiz com os meses de maio, julho e setembro, segue um exemplo de calendário, que pode ser modificado a partir da recomendação do veterinário responsável.
Fêmea prenha: 60 dias antes do parto
1⁰ Vermifugação: De 2 a 3 meses até o desmame, realizando o protocolo a cada 60 ou 90 dias. É indicado que seja feito na segunda quinzena de abril, época da vacinação contra a Febre Aftosa;
2⁰ Vermifugação: Primeira quinzena de julho;
3⁰ Vermifugação: Segunda quinzena de agosto/setembro;
4⁰ Vermifugação: Primeira quinzena de dezembro.
Após um tempo a quarta vermifugação pode deixar de ser feita, se o rebanho estiver com a verminose controlada.
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Manejo sanitário da propriedade
Esta é uma importante etapa para obter o controle dos parasitas, somado com o uso de vermífugo é alcançado a eficácia e economia do que o uso exclusivo da vermifugação, por isto a prevenção da contaminação do pasto é mais necessária que apenas dosificar o rebanho. Mas como fazer o controle correto e eficiente?
Nilton Mesquita indica “Evitar lotações altas; realizar rodízio de pastagens que podem evitar as infecções; ofertar água limpa; garantir rigorosidade e regularidade da alimentação; retirar esterco da forma regular e depositá-los na esterqueira; separar os animais jovens dos adultos na baia e no piquete, animais adultos devem pastar antes; promover o pastoreio rotacionado entre diferentes espécies, por exemplo, os ovinos e bovinos; adotar um protocolo de vermifugação estratégico”.
Outras ações
Outras ações que podem ser adotados para manter os campos descontaminados são: manter os campos roçados; evitar campos úmidos/alagadiços, pois o calor e a umidade do solo e ar contribuem com a proliferação dos vermes; não utilizar lotações excessivas.
A escolha do vermífugo certo deve ser baseado no tipo de verme que está parasitando o rebanho, o exame de fezes OPG já mencionado neste artigo facilita o ovinocultor na identificação deste parasita, permitindo na escolha do produto químico específico que deverá ser utilizado no combate do verme.
OPG e OOPG
Como em outras doenças é necessário a realização de um exame clínico para identificar se realmente há um parasita. Os exames coprológicos de OOPG (número de oocistos por grama de fezes) e OPG (contagem de ovos por gramas de fezes) são de suma importância para identificação destes parasitas, ele é utilizado para a quantificação de oocistos (local de desenvolvimento do parasita) e ovos nas fezes dos bovinos. Os resultados possíveis destes exames são:
• Carga alta = Mais de 800 oocistos/ovos por grama de fezes.
• Carga média = De 300 a 800 oocistos/ovos por grama de fezes.
• Carga baixa = Menos de 200 oocistos/ovos por grama de fezes.
Caso apresente no mínimo 80% de carga baixa em cada lote, não é recomendado o uso de vermifugação. Mas em casos que sejam superior à 20% a presença de carga alta, é indicado o uso do tratamento, a utilização desta ferramenta é importante para a elaboração de calendários estratégicos para vermifugação.
Com a realização de um calendário estratégico, se manter atento aos sinais de verminose, ter um bom manejo sanitário da propriedade e fazer a escolha correta do vermífugo é possível manter o controle parasitário do rebanho, evitando uma grande perca econômica ao produtor.
AGRONEWS® é informação para quem produz
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