O passado, o presente e futuro da pesquisa agropecuária brasileira foram abordados pelo ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, em palestra on-line realizada no dia 7 de abril. O evento integra o Ciclo de Palestras Técnicas promovido pela Embrapa Cerrados. Com a participação de pesquisadores e especialistas, o evento busca aproximar a pesquisa do setor produtivo.
Paolinelli destacou a importância das pesquisas da Embrapa Cerrados na conquista do Bioma Cerrado. “Hoje, graças a Deus e a vocês, o Cerrado se transformou na área mais produtiva e competitiva que o mundo tem. Além disso, dá condições para (o País) garantir a segurança alimentar até 2050 com mais 40% da atual oferta (de alimentos)”, apontou.
Aspectos históricos
Ele relembrou fatos sobre a evolução da agricultura brasileira a partir do final da década de 1960, quando o País era um importador de alimentos diante do cenário de dificuldades na produção mundial, e de sua trajetória como ministro da Agricultura, entre 1974 e 1979.
“Havia a necessidade de mudanças e foi o Brasil quem efetivamente se planejou para fazê-las e teve bom êxito. Foi montado um projeto estratégico. A primeira lança, da ciência, da tecnologia e da inovação, teve o processo comandado pela Embrapa. Mas tivemos que fazer um grande esforço para preparar a juventude brasileira”, disse, lembrando a contratação e o treinamento de técnicos para a Empresa, oriundos de universidades, organizações estaduais de pesquisa e da iniciativa privada.
Para realizar a transferência das inovações para o produtor rural, foi criada a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater), que absorveu a estrutura da Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural (Abcar). “Transformamos a Abcar em nosso órgão de transferência, assistência técnica, crédito orientado, extensão rural para desenvolvimento e educação da família e de todos que estivessem envolvidos para que as mudanças se realizassem mais rapidamente, sem confronto com a insensatez”, explicou.
Políticas públicas
O terceiro ponto da estratégia foi uma política pública que estimulasse os produtores, como programas de desenvolvimento regional, a exemplo do Polocentro, que visava incorporar parte do Cerrado à produção agropecuária brasileira em cinco anos. “O projeto do Polocentro funcionou como um relógio. Os produtores mostraram que queriam ser influenciados pelas inovações que davam certo nos vizinhos. Quando deixamos o governo, já haviam mais de 3 milhões de hectares de Cerrado em uso no Brasil, o que garantiu ao País o equilíbrio da balança comercial, pois em cinco anos nos tornamos quase autossuficientes”, destacou.
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