Após o Ministério da Economia decidir não renovar a cobrança tarifária antidumping sobre a importação de leite em pó, integral ou desnatado da União Europeia e Nova Zelândia, o setor leiteiro voltou a se manifestar mais uma vez nas redes sociais, indignados com esta decisão.
O produtor de leite Brasileiro já enfrenta uma situação desanimadora com a própria legislação do setor (Lei 12.669), que favorece as empresas beneficiadoras na precificação do leite. Em Goiás, a Comissão da Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) reuniu cerca de 300 produtores de leite da região e elaboraram um documento “Carta dos Produtores de Leite de Goiás”, para debater os desafios do mercado do leite, reivindicando a divulgação antecipada do preço do leite pela indústria, que atualmente só informa o valor no 20° dia do mês seguinte à entrega do produto.
Além disso, o cenário não é muito favorável ao pecuaristas de leite que em sua grande maioria, são produtores considerados de pequeno porte e que não tem capital suficiente para arcar com as despesas básicas da propriedade durante um período muito longo de atividade, muitos estão endividados, trabalhando para a sobrevivência, sem perspectivas de lucratividade.
Nas redes sociais, os produtores de leite lançaram um manifesto com a hastag #LEITENACIONAL, para sinalizar a insatisfação com o importação do leite Europeu. Vejam o depoimento do produtor Joel Dalcin, do município de Dr. Maurício Cardoso/RS, que é um dos líderes do movimento CONSTRUINDO LEITE BRASIL.
Entidades do setor começaram a se mobilizar para tentar reverter a situação ou conseguir uma contra-partida para a medida tomada pelo Governo Federal, na tentativa de diminuir os possíveis impactos da suspensão.
Em conversa com o AGRONEWS BRASIL por telefone, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, informou que é muito importante a união da classe neste momento, “Estamos trabalhando para sensibilizar o Governo de que a cadeia produtiva nacional já possuí custos e encargos que nos inviabiliza de sermos competitivos, ou seja, o nosso leite é o mais caro para se produzir, talvez do planeta”, explica.
Por Vicente Delgado – AGRONEWS BRASIL