Em novo levantamento, o 8º do período, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo a estimativa da oferta global do Estado neste ciclo, que deixa a projeção de 51,34 milhões de toneladas (t) apontada em abril para atuais 49,57 milhões de t. Caso o número se confirme, a atual safra será 4,1% menor do que a colheita passada que somou 51,67 mi de t e fica bem distante das projeções iniciais que chegaram a apontar para o recorde histórico de 52 mi de t. Mesmo com a revisão, Mato Grosso segue líder nacional pelo quinto ciclo consecutivo.
Conforme o novo levantamento da Conab divulgado ontem a produção brasileira 2015/16 passa a ser de 202,4 mi de t, um decréscimo de 2,5% (5,3 milhões de toneladas) em relação à safra anterior, que foi de 207,7 milhões. Nesse contexto, Mato Grosso participará com 24,42% da oferta brasileira, seguido pelo Paraná, com 17,98% e Rio Grande do Sul, com 15,02%. O saldo nacional como o estadual, foi bastante afetado pela falta de chuvas durante o desenvolvimento das lavouras de verão, especialmente sobre a soja, o que impactou na produtividade e consequentemente, na produção final, como declararam os analistas da Companhia.
No caso de Mato Grosso, mesmo com a expansão de 1,4% da área semeada que passou de 13,58 milhões de hectares para 13,77 milhões, a projeção de oferta aponta como uma das menores dos últimos anos. O maior impacto sobre a produção final mato-grossense veio sobre a sojicultura, que no ajuste mensal perdeu cerca de 1 milhão de t e sobre o milho, que deverá fechar o ciclo com recuo anual de 4%.
CULTURAS
O oitavo levantamento aponta um aumento nacional na área plantada de 3,1% em relação ao ocorrido no exercício anterior. A Região Centro-Oeste, principal produtora da oleaginosa no país, confirmou o incremento de 2,1% em relação à safra passada e a colheita da safra 2015/16 encontra-se na reta final. A safra 2015/16 está praticamente finalizada em Mato Grosso, apresentando ainda alguns registros em áreas isoladas, especialmente na região Sudeste. Os níveis de produtividade alcançado nesta temporada ficaram aquém do esperado, com rendimento médio no Estado de 2.956 kg/ha, que é o menor nível ocorrido desde a temporada 2006/07, quando se atingiu 2.997 kg/ha. “Contribuiu para o fraco rendimento, a escassez e a irregularidade das chuvas que perduraram durante todo desenvolvimento da atual safra. Aguardava-se uma recuperação das lavouras plantadas com sementes de ciclo médio e tardio, fato que não ocorreu. Adicionalmente, observa-se forte incidência de soja classificada como regular ou ruim, devido às avarias dos grãos fora dos padrões ideais para comercialização, principalmente na região médio norte, que concentra a maior produção da oleaginosa do país”, pontuam os analistas da Conab.
A projeção para a soja mato-grossense é de 27,01 milhões de t, -3,6% em relação ao volume consolidado de 28,01 milhões da temporada anterior. O recuo se dá mesmo com incremento de 2,3% sobre a área plantada que passou de 8,93 milhões ha para 9,14 milhões.
Em Mato Grosso, os trabalhos relacionados ao plantio de milho segunda safra perduraram em algumas regiões até o final de março. Com isso, observou-se a continuidade do comportamento por parte dos produtores semelhante ao ocorrido nas safras anteriores, quando arriscavam plantar o cereal muito fora da janela ideal, e mesmo assim, obtinham bons rendimentos, uma vez que as chuvas se prolongavam pelo mês de abril até maio. “A repetição desse quadro não ocorreu nesta safra, estimando-se no atual levantamento uma produtividade parcial de 5.689 kg/ha. Na semana do levantamento realizado pela Conab – 17 a 23/04 -, a maior parte da lavoura já ultrapassava o estádio de desenvolvimento vegetativo, e a partir daí a planta exigirá uma maior demanda hídrica, que se não for atendida, afetará o desenvolvimento das lavouras, comprometendo o rendimento de boa parte do cereal plantado na atual safra”. Para Mato Grosso a previsão é de que a colheita some 19,49 milhões de t, queda de 4% em relação as 20,30 milhões de 2015. Assim como na soja, o milho safrinha também teve a área plantada ampliada de 8,93 milhões ha para 3,44 milhões, ganho anual de 2,7%.
Em ascensão em Mato Grosso somente o algodão. A área plantada de permaneceu praticamente estável desde o último levantamento em março, com 597,6 mil hectares, aumento de 6,2% em relação à safra 2014/15 que registrou 562,7 mil hectares da pluma. O atual estádio da cultura do algodoeiro de ambas safras se encontra predominantemente em floração e frutificação. No entanto, a redução das chuvas no atual período ainda não é tão sentida na cultura, pois até o momento as lavouras não foram prejudicadas. Isso reflete na produtividade, cuja média estimada no atual levantamento é de 3.980 kg/ha, incremento de rendimento de 0,9% em relação ao último levantamento e redução de 2,8% em relação à safra passada, que registraram respectivamente 3.945 kg/ha e 4.095 kg/ha. “Apesar dos bons números, há possibilidade de leve retração, nos próximos levantamentos, caso não haja chuvas que atendam a demanda hídrica do algodoeiro”. Até o próximo levantamento, a Conab estima para Mato Grosso uma produção de 951,4 mil t de pluma, 3,2% maior que a da safra anterior, 921,7 mil t.
Fonte: Diário de Cuiabá