A soja no mercado físico teve rentabilidade média de 8,42%, já descontada a inflação de 4,38% (índice IPC da Fipe), conforme levantamento da consultoria.
“Entendendo rentabilidade como a variação mensal acumulada, como se fosse um ativo financeiro, descontado o valor da inflação, o resultado ficou praticamente estável em relação ao ano de 2018, com 8,36%”, diz a consultoria. No ano de 2017, a rentabilidade foi de -10,24% e, em 2016, -9,53%. “Apesar de resultado positivo em 2019, o número ainda ficou abaixo dos +12,22% de 2015”, diz a Datagro.
Ainda de acordo com a consultoria, a média dos preços da oleaginosa no ano passado no País ficou praticamente estável, em R$ 75,15 a saca de 60 quilos, 0,5% menor ante os R$ 75,49/saca de 2018. “O pico durante o ano foi registrado em dezembro em R$ 83,11/saca. Porém, em função da alta na taxa de câmbio, o valor médio em dólares teve recuo em 8%, passando de US$ 20,69 para US$ 19,04 a saca”, diz a consultoria. Já as melhores épocas para venda foram entre agosto e dezembro, com pico em dezembro, informa o coordenador da Datagro Grãos, Flávio França Júnior.
Em relação à lucratividade – que mede a relação bruta entre a receita média obtida e o custo de produção da oleaginosa -, a safra passada teve resultado positivo em praticamente todas as áreas de plantio direto levantadas pela consultoria. Entre importantes municípios produtores de soja do País, Rio Verde (GO) alcançou 44% de lucratividade, abaixo dos 52% do ano anterior. Cascavel (PR), por sua vez, teve ganho médio de 33%, ante 49% em 2018, e Rondonópolis (MT), 20%, ante 28% no ano anterior.
Para 2020, França Júnior diz que o cenário ainda deve ser favorável. “Mesmo com maiores custos de produção, a expectativa positiva para a produtividade, e combinando com preços provavelmente elevados, a tendência é que a renda dos produtores avance pela 14ª safra consecutiva em 2020”, ressalta.
Fonte: Estadão Conteúdo