Confira a análise do mercado de peixes e os desafios mais importantes que o produtor rural enfrentará em 2024. Prejuízos nas lavouras podem afetar significativamente o setor da aquicultura
O ano de 2023 caminha para o seu desfecho, e enquanto nos aproximamos das festividades de final de ano, é momento de avaliar não apenas os resultados do mercado de peixes de cultivo no Brasil, mas também de antecipar os desafios e oportunidades que se apresentam para 2024.
O presidente da Associação Brasileira da Piscicultura – Peixe BR, Francisco Medeiros, traz um panorama do mercado atual e faz projeções dos impactos observados em toda cadeia do agronegócio diante da adversidade climática que ocasionou perdas significativas nas lavouras brasileiras. Aperte o play no vídeo abaixo e confira a análise completa.
Iniciando a análise pelo indicador Cepea Peixe BR da Tilápia, na região dos Grandes Lagos, observou-se uma retração de 0,03 centavos, fixando o preço médio em R$ 9,75. No norte do Paraná, houve um aumento de 0,02 centavos, alcançando um preço médio de R$ 10,03. Já na região oeste do Paraná, verificou-se uma redução de 0,04 centavos, situando o preço médio em R$ 9,67. Em Minas Gerais, especificamente em Morada Nova de Minas, a redução foi de 0,01 centavos, fixando o preço médio em R$ 9,52.
Esta última semana evidenciou uma tendência de redução nos preços em diversas praças, reflexo também de uma diminuição no abate nos frigoríficos. Contudo, o mercado de peixes nativos permanece estável, com pequenas reações de preço em algumas regiões. Essa oscilação pode ser atribuída, em parte, à estratégia de compradores que, antevendo a proximidade das festividades, ajustam suas aquisições, impactando os preços de mercado.
A semana trouxe notícias que transcendem o mercado de peixes, colocando em foco o agronegócio brasileiro para o próximo ano. Durante visitas a lavouras nos Estados do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, observou-se uma perda generalizada de estoques. Analistas, como o professor Severo, alertam para perdas já estabelecidas de 20%, com riscos de atingir até 30% em algumas regiões.
A falta de posicionamento dos órgãos federais, como Conab e Embrapa, frente a essa situação preocupa o setor. Associações de produtores, em especial a Aprosoja, têm emitido alertas, orientando os agricultores a não comercializar diante da iminente quebra significativa na produção de grãos. O mercado de Chicago também não oferece perspectivas animadoras, apontando para preços menos favoráveis no mercado futuro.
Para saber mais sobre essas perdas, leia a matéria: Produtor mostra realidade assustadora da safra em MT e afirma manipulação de mercado
Se 2023 foi marcado pelo desafio sanitário, as projeções para 2024 indicam que o agronegócio brasileiro enfrentará agora um desafio de custos. A redução na oferta de grãos prevista para o próximo ano sinaliza um aumento no preço da ração, impactando diretamente o setor aquícola. O momento demanda uma análise minuciosa dos custos, pois, segundo analistas, 2024 será um ano economicamente desafiador para os produtores.
A expectativa, no entanto, é que o mercado permaneça aquecido, oferecendo oportunidades mesmo em meio aos desafios. Contudo, o aumento nos preços dos grãos se refletirá em produtos finais, como carne bovina, suína, aves, leite e ovos. Os produtores precisarão equilibrar a necessidade de repassar os aumentos de custos aos consumidores com a realidade de um poder aquisitivo potencialmente reduzido.
Um ponto de destaque nesta semana foi a atualização sobre a reforma tributária, com implicações diretas para o setor. A manutenção da isonomia tributária entre as ações animais representa uma vitória para suínos, aves, bovinos e peixes, que pagarão o mesmo tributo. O apoio decisivo de parlamentares, como Pedro Lupion, e de entidades como a Frente Parlamentar da Aquicultura e Pesca, foi fundamental para esse resultado.
Entretanto, o cenário não está totalmente resolvido. A implementação será gradual, ao longo de dez anos, com a necessidade de leis complementares para efetivação. Destaque também para a reforma tributária relacionada à cesta básica, que teoricamente mantém o pescado isento, mas aguarda uma lei complementar para ratificação. A atenção do setor permanece alta, vigilante quanto aos desdobramentos futuros.
Em parceria com o Sicoob, a COP anunciou a expansão do indicador Cepea de preços da tilápia para o Triângulo Mineiro, somando-se às regiões de Morada Nova de Minas e Alto Paranaíba. Essa iniciativa representa um passo importante na profissionalização do setor, proporcionando dados confiáveis para todos os elos da cadeia produtiva.
Enquanto nos aproximamos das celebrações de Natal, é imperativo que os produtores, empresários e demais atores do setor estejam atentos às tendências e desafios que se desenham no horizonte para 2024. A conjunção de fatores econômicos, agrícolas e tributários demandará uma abordagem estratégica e adaptativa por parte do setor aquícola brasileiro. Celebrar o Natal com peixe, como tradição remete aos tempos de Cristo, também serve como lembrete de que, mesmo diante dos desafios, há espaço para o crescimento e a prosperidade. Que o ano novo traga consigo oportunidades de superação e crescimento para todos os envolvidos no vibrante cenário da aquicultura brasileira.
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