Em sua primeira visita oficial à Alemanha, o novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, voltou a afirmar ontem (21) estar confiante que poderá renegociar o acordo do Brexit com a União Europeia (UE), porém, manteve sua exigência da retirada do backstop, negociado anteriormente entre as partes.
O backstop prevê que a Irlanda do Norte continue alinhada a algumas regras aduaneiras da UE, dispensando a necessidade de checagem na fronteira com a República da Irlanda. No entanto, o mecanismo também exigirá que alguns produtos vindos do restante do Reino Unido sejam sujeitados a controles, para averiguar se cumprem com as normas da UE.
“Quero deixar absolutamente claro para nossos amigos alemães e para o governo alemão que o Reino Unido deseja um acordo. Precisamos, porém, que o backstop seja removido. Se pudermos fazer isso tenho absoluta certeza que podemos avançar juntos”, disse Johnson numa coletiva de imprensa ao lado da chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel.
Na coletiva, o primeimro-ministro britânico ressaltou que não pode aceitar o atual mecanismo que, segundo ele, além de dividir o Reino Unido, ainda prenderia Londres a “acordos regulatórios e comerciais da UE, sem ter voz sobre esses assuntos”.
Merkel sinalizou estar aberta a debater a questão e disse que uma possível solução para o impasse sobre o mecanismo pode ser encontrada nos próximos 30 dias. “Vamos ouvir as propostas do governo britânico. Nosso objetivo é garantir a integridade do mercado único”, ressaltou, acrescentando que não é ela que lidera as negociações com o Reino Unido, e sim os 27 membros do bloco e a Comissão Europeia.
A chanceler reiterou ainda seu pedido para o Reino Unido não deixe a União Europeia sem um acordo e defendeu que o divórcio seja desenhado para manter a boa relação já existente entre Bruxelas e Londres. Merkel destacou, porém, que o bloco está preparado para um Brexit sem acordo.
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