Evidenciamos ainda que a colheita, sendo farta ou não, sempre representa um efeito baixista, pois constituem a máxima oferta de um produto, no menor período de tempo.
Esta semana em nossos levantamentos mensais percebemos que o preço do milho em algumas praças, embora de forma tímida, começaram a reagir.
Isso nos levou a rever todas as nossas premissas e revalidar os dados que nos levou a acreditar que a virada do ano seria “quente” para o mercado do milho. Os números levantados continuam a nos fazer acreditar neste cenário altista para o fim do ano.
Acompanhe abaixo nossas explicações sobre o mercado de milho:
OFERTA E DEMANDA:
A Conab publicou este mês o 1º Levantamento de Safra 2016/2017 para as principais culturas. Veja no quadro abaixo as principais variações com relação à safra 2015/2016:
SAFRA 2016/2017: O volume a ser produzido deverá ser de 83 milhões de toneladas, contra 66,6 milhões na safra passada devido aos problemas climáticos que tivemos. Esse volume a ser colhido contempla a área plantada da safra na atual campanha, somado a uma safrinha que, segundo a Conab, será igual à do ano passado em termos de área plantada. Ou seja, ainda podemos afirmar que estes primeiros levantamentos levam toda à “incógnita da safrinha”.
IMPORTAÇÃO: Contando com que o clima “não nos pregue uma peça” este ano, a Conab estima que para a safra 2016/2017 voltemos a importar algo em torno de 500 mil toneladas apenas. Ou seja, fica claro que o mercado está apostando que a importação servirá apenas para os estados do Sul do país, que se beneficiam da fronteira com Paraguai e Argentina e fazem importações com preços de logística muito favorável.
OFERTA TOTAL e CONSUMO: Com uma oferta total estimada em 89 milhões de toneladas, ante 78 milhões da safra passada, podemos assegurar a oferta de milho para o consumo do mercado nacional. Lembrando uma vez mais que, entre plantar e colher, são aproximadamente 120 dias, por isso toda esta segurança pode mudar dependendo do clima, de forma radical.
EXPORTAÇÃO E ESTOQUES FINAIS: As exportações tendem a retomar a crescente dos últimos 10 anos e estão sendo previstos volumes de 24 milhões de toneladas para a safra 2016/2017. Para o ano safra 2015/2016, estão sendo previstos 20 milhões de toneladas. Mas o que determinará a guinada de preços, caso venha a acontecer, serão a demanda forte e estoques em baixa. Nesse sentido, alertamos para o fato de apenas o estoque de passagem da safra 2015/2016, estimado em 5,4 milhões de toneladas, poderão dar suporte para as altas dos preços. Já os estoques da safra 2016/2017 mostram uma recuperação significativa atingindo 9,5 milhões de toneladas.
CONCLUSÕES:
PREÇOS: Será que os preços começaram a reagir na linha que temos visto como tendência de mercado?
Acho que os números falam por si só… Porém uma coisa é certa, se for para o mercado dar resposta na linha que acreditamos ser, de estoques extremamente apertados para o final do ano e os dois primeiros meses de 2017, a hora é agora!
Espero que estejamos certos. O produtor rural mereceria estes ganhos extras depois de um ano tão difícil! Estaremos de olho no mercado este mês inteiro e poderemos voltar com esta análise a qualquer momento!
Vamos que vamos, agro!!!
Por: Daniel Dias – Canal Rural