Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho exibem leves quedas na manhã desta quinta-feira (19). As principais posições do cereal registravam perdas entre 2,25 e 3,00 pontos, por volta das 8h05 (horário de Brasília). O contrato julho/16 era cotado a US$ 3,96 por bushel e o setembro/16 a US$ 3,99 por bushel. Os vencimentos mais distantes mantêm o patamar de US$ 4,00 por bushel.
O mercado voltou a trabalhar do lado negativo da tabela após as valorizações observadas recentemente. Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, ressaltou que a demanda pelo norte-americano permanece muito aquecida, o que tem contribuído para a firmeza nas cotações. Do mesmo modo, a quebra na 2ª safra no Brasil também continua sendo acompanhada pelos participantes do mercado.
Paralelamente, o avanço do plantio do milho nos EUA e comportamento climático também seguem no radar dos investidores. Até o momento, os números oficiais apontam para uma área cultivada ao redor de 75%. As informações serão atualizadas no início da próxima semana. Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz novo boletim de vendas semanais, importante indicador da demanda. Na semana passada, as vendas somaram 1.255,7 milhão de toneladas.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Milho: Com impulso do dólar, mercado tem nova alta na BM&F nesta 4ª feira e set/16 alcança R$ 43,95/saca
As cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam o pregão desta quarta-feira (18) do lado positivo da tabela. As principais posições da commodity consolidaram os ganhos e registraram valorizações entre 0,84% e 1,82% no final do dia. O contrato julho/16 era cotado a R$ 48,10 a saca e o setembro/16, referência para a safrinha brasileira, a R$ 43,95 a saca, com ganho de 1,13% e, bem próximo do patamar de R$ 44,00 a saca. No Porto de Paranaguá, a saca para entrega setembro/16 subiu 2,86%, cotada a R$ 36,00.
Enquanto isso, o dólar encerrou o dia com alta de mais 2%, cotado a R$ 3,5629 na venda. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana tocou o patamar de 3,5677. De acordo com dados reportados pela agência Reuters, o movimento positivo é um reflexo da sinalização do Federal Reserve, banco central norte-americano, de um possível aumento na taxa de juros no mês de junho e também da intervenção do Banco Central brasileiro.
Além do câmbio, o quadro ajustado entre oferta e demanda continua a dar sustentação aos preços no mercado brasileiro. A oferta permanece restrita no mercado doméstico e há muitas especulações em relação à safrinha brasileira. O clima seco em abril comprometeu a produtividade de grande parte das lavouras nas principais regiões produtoras, como Minas Gerais, São Paulo, partes do Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Na região de Canarana (MT), as perdas podem superar os 70% devido ao clima adverso e nos próximos dias deve ser decretado estado de emergência na localidade.
“A orientação é que os produtores façam laudos das áreas afetadas, juntamente com as assistências técnicas e levem até o sindicato. Acredito que cada agricultor terá que conversar com as tradings e os órgãos financiadores. Ainda não há nenhuma medida definida, mas estamos conversando com as empresas e a expectativa é que haja a possibilidade de transferência desses contratos para a próxima safrinha. Precisamos de uma negociação que possa atender os dois lados”, explica o presidente do Sindicato Rural do município, Arlindo Cancian.
Em contrapartida, os estoques públicos estão próximos de 902 mil toneladas, conforme informações disponíveis no site da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Porém, os analistas reforçam que o consumo mensal do país está próximo de 4,5 milhões de toneladas. Consequentemente, as importações do cereal começam a ganhar impulso para dar atender a demanda interna. No acumulado do ano, os compradores já adquiriram pouco mais de 243 mil toneladas do cereal, mas o número deve aumentar até a entrada da safrinha.
Ainda assim, o consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, ressalta que os preços do cereal devem recuar com a chegada da safrinha ao mercado, entre os meses de junho e julho.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações futuras do milho encerraram a sessão desta quarta-feira (18) do lado positivo da tabela. Os principais contratos do cereal exibiram valorizações entre 1,75 e 2,50 pontos. O contrato julho/16 era cotado a US$ 3,99 por bushel e os demais vencimentos acima do patamar de US$ 4,00 por bushel. A posição dezembro/16 era negociada a US$ 4,06 por bushel.
Ainda na visão do consultor de mercado, as cotações do cereal tem encontrado suporte na forte demanda pelo produto norte-americano. “Isso já tem sido relatado nas últimas semanas, a demanda segue realmente intensa e dá sustentação às cotações do cereal”, pondera Cogo. Paralelamente, a quebra na segunda safra de milho do Brasil permanece no radar dos participantes do mercado.
“Desde abril, o assunto tem sido comentado diariamente no mercado brasileiro. Teremos uma quebra entre 7 a 8 milhões de toneladas e isso muda toda a dinâmica do mercado global. Se o Brasil mantiver um ritmo forte das exportações, será preciso importar mais milho no período de julho a agosto e esse produto virá da Argentina, Paraguai e dos EUA. Um grande player do mercado tendo que adquirir milho”, reforça o analista de mercado.
“O clima nos EUA e notícias vindas do lado da demanda continuam a ser o foco dos investidores”, disse Bryce Knorr, editor e analista do portal Farm Futures. As informações sobre a evolução do plantio no país também seguem em pauta. Conforme reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) até o último domingo, cerca de 75% da área esperada para essa temporada já havia sido semeada. O percentual está abaixo do registrado em igual período do ano anterior, de 82%. Ainda há relatos de atrasos nos trabalhos nos campos, especialmente nos estados de Indiana e Ohio devido às chuvas recentes.
Ainda hoje, a Administração de Informações de Energia norte-americana (EIA) reportou que a produção de etanol nos EUA ficou em 948 mil barris diários na semana encerrada no dia 13 de maio. Na semana anterior, o número era de 962 mil barris diários. No mesmo período, os estoques passaram de 21,3 milhões para 21,1 milhões. Segundo projeção do departamento norte-americano, na safra 2016/17, em torno de 134,63 milhões de toneladas do cereal serão destinados à produção de etanol.
Fonte: Notícias Agrícolas