As pastas de Infraestrutura, Agricultura, Justiça e Defesa atuam de forma integrada na BR-163, principal corredor da produção de grãos do Centro-Oeste aos portos do arco norte do país.
O período de chuvas transforma a BR-163, no Pará, num grande atoleiro. A rodovia, que é o principal corredor para o escoamento da produção de grãos do Centro-Oeste para os portos do arco norte do país, não tem pavimentação em dois trechos que somam mais de 100 quilômetros (km). Para evitar o caos, com filas de caminhões atolados nesses locais, o governo anunciou nesta quarta-feira (30/1) a Operação Radar 2, que pretende garantir a trafegabilidade na rodovia durante a safra com investimentos de R$ 4 milhões em apoio logístico.
Os ministros de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, da Justiça, Sérgio Moro, da Agricultura, Tereza Cristina, e da Defesa, Fernando Azevedo, apresentaram o plano, que já está em curso. Freitas destacou que o objetivo da operação é evitar a formação de filas e permitir que a produção chegue aos portos. “Os terminais do arco norte estão crescendo em importância. No Brasil, 85% da produção de grãos está na região, mas o escoamento era feito somente pelos portos do sul”, afirmou.
Segundo o ministro, ainda faltam 51 km de pavimentação até Miritituba e 58 km em outro trecho da BR-163 que leva a Santarém. “Estamos numa preparação intensa para responder à demanda, com batalhões do Exército e da Polícia Rodoviária Federal (PRF)”, destacou.
A ministra Tereza Cristina afirmou que a perspectiva é de que a produção de grãos do país atinja 247,3 milhões de toneladas este ano, 4,5% a mais do que na safra passada. A estimativa é de 118,8 milhões de toneladas de soja e 91,2 milhões de toneladas de milho. “Há previsão de perdas recentes, mas ainda será uma grande safra”, disse.
O Mato Grosso é o maior produtor do Brasil, com 64,3 milhões de toneladas de grãos, sendo 32,5 milhões de soja, 14,7 milhões transportados na área de influência da BR-163. “A rodovia é o eixo principal para o escoamento dessa produção e, este ano, a colheita da soja foi 13,3% mais precoce que no ano passado”, acrescentou a ministra.
Reforço
Moro ressaltou que o papel da Justiça é menor nesse contexto, mas pretende dar “segurança e tranquilidade” ao escoamento do transporte rodoviário no período da safra. “A PRF já está mobilizada, ajudando a evitar que incidentes no percurso sejam decorrentes de ilícitos ou de acidentes de tráfego”, assinalou. A previsão, segundo Moro, é de um reforço de 60 homens da PRF atuando na orientação do trânsito e nas ações de apoio, como fornecimento de alimentos, água e medicamentos na proximidade da rodovia.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, afirmou que o Exército participa por meio da diretoria de obras. Segundo o diretor, general Viana, várias tropas apoiam a ação, entre elas o 8° Batalhão de Engenharia de Construção, que fica em Santarém, na região de Novo Progresso, no Pará. “No início de janeiro, o movimento era de apenas 67 veículos por dia. Em 25 de janeiro, já registramos mil veículos/dia passando em direção à Miritituba. O fluxo é crescente por conta da antecipação da colheita. Vamos chegar a 1,5 mil/dia, como no ano passado”, estimou.
O Exército está atuando no controle do pare e siga, para evitar filas, apoio ao tráfego e conservação nos trechos trabalhados de terraplanagem. “Uma vez detectada chuva forte, temos equipes e máquinas para fazer uma intervenção imediata a fim de liberar o tráfego o mais rápido possível”, disse Viana.
Assista na íntegra a coletiva de imprensa do anúncio da Operação Radar 2
Fonte: Correio Braziliense, com edição AGRONEWS BRASIL