A produção industrial mato-grossense cresceu 11,9% no 1º semestre deste ano se comparado a igual intervalo de 2015. O Estado lidera o ranking nacional, com uma performance oposta à registrada pelo país, que foi negativa em 9,1% na mesma base de comparação. A abundância de matéria-prima e o fomento da industrialização como forma de agregar valor às commodities são a base para a continuidade das atividades do setor industrial de Mato Grosso mesmo diante da recessão econômica do país, a mais profunda da história brasileira. Os dados são do indicador Produção Industrial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O vice-presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Edgar Teodoro Borges, afirma que a atividade do setor no Estado é estimulada pelo processamento das commodities, que embora tenham maior notoriedade na balança comercial, também têm demanda no mercado interno. “O parque industrial mato-grossense está em constante crescimento, em uma atitude de fomento de maior valor agregado à produção agrícola”.
Teodoro Borges explica que a tendência é de aumento na produção industrial nos próximos anos, principalmente, se houver a estabilidade cambial. “O mercado financeiro tem demonstrado que o dólar deve fechar este ano próximo de R$ 3. E tudo indica que a moeda norte-americana caminha para um patamar de R$ 2,50. Esta cotação é favorável à indústria, principalmente, em países como o nosso, em desenvolvimento”.
O vice-presidente da Fiemt também aponta que os negócios tendem a melhorar com o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff (PT). “Com o afastamento temporário já é possível notar uma melhora nas perspectivas entre os investidores internos. Contudo, os investidores estrangeiros só vão ter confiança quando o impeachment for definitivo”, pondera Borges.
De acordo com o IBGE, a indústria recuou em 12 dos 15 locais pesquisados no 1º semestre sobre igual período do ano anterior. Espírito Santo (-22,6%), Pernambuco (17,6%) e Amazonas (-16,8%) recuaram acima da média nacional (-9,1%). Outros estados que tiveram produção industrial em retração foram Minas Gerais (-8,7%), São Paulo (-8,6%), Rio de Janeiro (-8,3%), Paraná (-8,2%), Goiás (-7,0%), Santa Catarina (-6,1%), Ceará (-5,4%), Rio Grande do Sul (-4,4%) e região Nordeste (-3,0%) completaram o conjunto de locais com resultados negativos. Bahia (0,0%) ficou estável frente a igual período do ano anterior.
Fonte: Gazeta Digital