O não tratamento da ferrugem asiática pode resultar em queda de 30% na produção da oleaginosa. Essa redução na oferta, por sua vez, pode causar uma elevação nos preços da soja em grão de aproximadamente 22,9% e os valores do óleo de soja ao consumidor responderiam com aumento de 10,6%.
Esses são resultados da última parte do trabalho realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal), que mensurou os impactos econômicos da incidência de pragas e doenças nas culturas de soja, milho e algodão (veja aquias Partes 1 e 2).
No caso do leite, segundo produto mais sensível a choques nos preços da soja, os valores ao consumidor poderiam subir até 4%; os da margarina, 3,1%; os do frango, 2,8%; os dos ovos, 2,6%; os da carne suína, 1,4%, e os da carne bovina, de 1,1%.
Esses dados evidenciam que a ausência de controle das pragas e doenças nos cultivos agrícolas teria como impacto direto o comprometimento das safras. Consequentemente, efeitos seriam observados sobre o abastecimento interno e sobre os preços dos produtos agrícolas e de seus derivados. Preços de produtos de origem animal, cuja ração também pode conter a soja, igualmente sentiriam impactos.
Nesse sentido, os aumentos dos preços da matéria-prima seriam repassados aos produtos finais no varejo, como carnes, farinhas, óleos vegetais, etc., afetando toda a população, especialmente a camada mais pobre. A transmissão do aumento de preços a esses produtos finais é contabilizada nos índices de inflação. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o índice oficial de inflação do Governo Federal.
Fonte: Cepea