Com acordos para receber prêmios de até 30 por cento sobre os preços do mercado de milho, alguns produtores do cereal não transgênico deverão garantir boa rentabilidade na safra 2015/16, apesar das perdas registras pela seca em Mato Grosso, que reduziu ganhos de parte expressiva dos agricultores.
Ao atender um nicho de mercado de milho convencional, com alto teor de amido, mas menos produtivo que outras sementes geneticamente modificadas, agricultores exigem como compensação um pagamento adicional em contratos.
Nesses contratos, não há previsão do volume a ser entregue, apenas de plantio, independentemente se o clima é favorável ou não para o resultado da safra.
“Vendo hectares, o que eu produzo, eu entrego”, afirmou o produtor Clayton Sheiki Tessaro, da Fazenda Santa Ernestina, em Sorriso (MT), um dos cinco na região que fecharam contrato com a multinacional Ingredion, fornecedora de ingredientes para indústrias de alimentos e farmacêutica, que exige milho convencional.
Ele disse que plantou milho não transgênico pelo segundo ano, tendo ampliado a área plantada de mil para 1,7 mil hectares em 2015/16, de olho nos bons resultados do negócio, ainda que a produtividade seja menor, com um limite produtivo de 110 sacas por hectare, bem abaixo de outras sementes do mercado.
“Tem um teto produtivo, mas eu tenho um prêmio…, é um nicho de mercado”, afirmou Tessaro à Reuters, durante uma visita da expedição técnica Rally da Safra à sua fazenda.
A produtividade média da propriedade da Santa Ernestina, já considerando uma outra área plantada mais tarde, que foi mais afetada pela seca, deve girar em torno de 80 sacas por hectare.
O produtor disse ter expectativa de manter a estratégia para o milho no próximo ano, em momento em que as lavouras transgênicas estão dominando os campos de milho no Brasil.
Segundo levantamento da consultoria Céleres, a produção de milho do Brasil em 2015/16 tem quase 85 por cento de adoção de sementes transgênicas.
Tessaro disse não saber se a demanda nesse nicho de mercado está crescente, apesar de ter existido demanda para a forte ampliação do plantio neste ano. Afirmou que a Ingredion também tem contratos com produtores do Paraná.
Fonte: Reuters