Margens de lucro diminuindo, incerteza por parte dos produtores sobre o pacote tecnológico e baixa oferta de animais para o abate, demonstrando a necessidade de adoção de boas práticas agropecuárias (BPAs). Estes foram alguns dos dados apresentados pelo engenheiro agrônomo Maurício Palma Nogueira durante a semana em que visitou sete municípios do Portal da Amazônia. Nogueira é coordenador do Rally da Pecuária e falou a produtores da região norte e noroeste de Mato Grosso a convite do Instituto Centro de Vida (ICV), coordenador do Programa Novo Campo, que promove práticas sustentáveis em fazendas de pecuária na Amazônia.
A rodada de palestras reuniu 150 pessoas e iniciou no dia 16 de junho no município de Apiacás, seguindo para Nova Bandeirantes, Cotriguaçu, Monte Verde, Paranaíta, Carlinda e encerrando nesta quinta-feira, 23, em Alta Floresta. Intitulada “Mercado e perspectiva de rentabilidade na pecuária”, a fala do agrônomo permitiu a produtores e técnicos se situarem no contexto da pecuária brasileira atual através do acesso a um amplo diagnóstico, bem como se preparar com base em projeções para os próximos anos. A tendência apontada é de crescimento de exportações e mercado controlado por poucos frigoríficos. A entrada no mercado denominado “gourmet”, com carcaças de melhor acabamento, é visto como promissora, mas ainda não conquistada pela carne brasileira.
A ação integra a estratégia do ICV de apoiar o desenvolvimento de uma cadeia de pecuária mais sustentável, melhorando o desempenho econômico e ambiental da atividade, reduzindo, assim, a pressão sobre a área de floresta e, consequentemente, para novos desmatamentos. Soma-se também a estratégia Produzir, Conservar e Incluir do governo do Estado de Mato Grosso, que pretende substituir seis milhões de hectares de pastagens com baixo rendimento em áreas de alta produtividade, compostas por três milhões de hectares de plantio de grãos, 2,5 milhões de pecuária e 500 mil de floresta plantada além de manter os 60% de vegetação nativa existente hoje no estado e recuperar dois milhões de hectares de áreas de preservação permanente (APPs).