As cotações do boi perderam um pouco este mês, mas estão pré-vaca louca, e os custos para segurar o gado vão baixando. Quem puder não vender, melhor.
Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®
Não podemos dizer que o preço do boi está totalmente ruim, sob a ótica da ausência chinesa na ponta compradora indo já para quase quatro meses. Teve uma adormecida este mês, mas a hora é de calma para o produtor.
Vamos desconsiderar que os custos de produção foram muito elevados este ano, com tanta seca e geadas por aí afora, fazendo o produtor ter que comprar mais rações e silagens.
E, também, não vamos levar em consideração que a depressão de preços que o boi teve em setembro e outubro, nos dois primeiros meses sem exportações à China, depois da vaca louca, não foi recuperada nas altas de novembro.
Então, tirando esses dois fatores acima, a @ até que melhorou muito, quando os frigoríficos viram o fim do gado de confinamento no mês passado e tiveram que aceitar os preços ofertados pelos produtores.
Se no Mato Grosso, em média o boi chegou a cair para R$ 245, R$ 250, hoje, entre R$ 290 a R$ 300, avançou bem.
Em São Paulo, com sua boiada pequena, mas a maior praça consumidora, está em torno dos R$ 310, tendo batido até os R$ 260 no final de outubro.
A gente está vendo que os preços bambearam em dezembro. Em São Paulo, ao final de novembro, chegou até R$ 320. No Mato Grosso, foi para perto de R$ 310.
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O que está acontecendo é que a disparada de novembro foi amortecida porque os frigoríficos acabaram formando bons estoques para alongamento das escalas.
As empresas grandes, percebendo que haveria mais disparada ainda, toparam bancar os valores, até que conseguissem segurar as compras.
E temeram também que a China voltasse a fazer pedidos este mês, aí, então, as cotações explodiriam.
Com os pastos começando a folgar, e a oferta pouco melhor, e muitos pequenos produtores mais necessitados de vender para cumprirem compromissos, a estratégia foi diminuir o apetite e esperar para ver se, a partir da semana que vem, haverá mais fluidez do atacado e varejo se preparando para as vendas das vésperas das festas.
Mas isso tem um contraponto.
Por isso volto ao início deste texto para explicar a “calma” que os pecuaristas precisam ter agora.
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Mesmo que as vendas de fim de ano alcancem o pouco que os frigoríficos conseguiram programar.
E mesmo ainda que janeiro não costume ser um mês bom, no mercado interno já muito ruim e, provavelmente, sem a China, os custos vão ser menores.
Como dissemos acima, os pastos vão dar mais suporte, os produtores podem começar a segurar mais a boiada, cadenciar as vendas e esperar porque as exportações chinesas acabarão sendo retomadas no máximo do meio de fevereiro em diante, após o Ano Novo Lunar.
Pequim não poderá ficar tanto tempo distante da carne brasileira como já está.
Os suprimentos conseguidos em outras origens nesse período foi pouco e seus estoques devem estar bem baixos, chegando no limite do risco.
AGRONEWS® – Informação para quem produz