Durante o I Workshop Nacional do Projeto Biomas, o Professor da Universidade Federal da Paraíba, Leonaldo de Andrade, apresentou um estudo realizado no bioma caatinga para controle da Cryptostegia madagascariensis, uma planta invasora que atrapalha, há tempos, a produção agropecuária no semiárido.
Segundo o professor, foram realizados vários testes para controle da planta invasora, mas o procedimento que obteve o melhor resultado foi fazer o corte raso seguido da queima da planta. “Nós testamos cortar a planta, colocar herbicida e nada funcionou tão bem quanto o corte seguido de queima. O produtor rural da caatinga que sofre com a cryptostegia precisa ter acesso ao nosso estudo”, disse Leonaldo de Andrade.
O coordenador do Projeto Biomas na Caatinga e pesquisador da Embrapa Semiárido, Lucio Alberto Pereira, apresentou um outro estudo realizado na área experimental do Projeto Biomas onde demonstrou que o uso de hidrogel no solo, associado à palha de carnaúba, é uma boa alternativa para os longos períodos de estiagem típicos da região.
Nos experimentos realizados no bioma Pantanal, o que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi o bom desempenho das espécies louro preto, manduvi, aroeira e gonçalo. “Na área experimental do Projeto Biomas Pantanal, testamos as 4 espécies de árvores com potencial madeireiro. O louro preto foi a espécie que apresentou maior crescimento”, afirmou a pesquisadora Catia Urbanetz, da Embrapa Pantanal.
Segundo os pesquisadores, há uma grande expectativa dos produtores rurais pantaneiros pelas técnicas e recomendações do Projeto Biomas, especialmente com espécies madeireiras voltadas para a confecção de cerca. “Apesar do louro não poder ser utilizado como moirão, pois não dura no chão, sua madeira é muito apreciada pela movelaria. Além disso, pelo seu rápido crescimento em campo, ele poderá ser plantado junto com a aroeira e o gonçalo para fornecer o sombreamento necessário para o desenvolvimento das mudas dessas duas espécies utilizadas para cerca”, explicou Norton Hayd Rego, Coordenador do Projeto Biomas no Pantanal.
Encerramento do workshop
Ao final do segundo dia de reuniões do I Workshop Nacional do Projeto Biomas, os pesquisadores envolvidos nos experimentos realizados nos 6 biomas brasileiros traçaram um plano de ação para divulgação dos resultados aos produtores rurais.
“Temos 6 anos de pesquisa e muitos resultados a mostrar para o produtor rural. A nossa dificuldade agora é fazer com que essas informações cheguem na ponta, na propriedade. Mas contamos com a metodologia e capilaridade do SENAR. Temos muitas informações que poderão ajudar o produtor”, diz Cláudia Rabello, Coordenadora executiva do Projeto Biomas na CNA.
I Workshop Nacional do Projeto Biomas
O evento foi realizado pela CNA e Embrapa e reuniu, nos dias 16 e 17 de novembro, produtores rurais, técnicos, pesquisadores e patrocinadores do Projeto Biomas, na sede da CNA, em Brasília.
Sobre o Projeto Biomas
Lançado em 2010, o Projeto Biomas é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com a participação de mais de quatrocentos pesquisadores e professores de diferentes instituições, em um prazo de nove anos. Os estudos estão sendo desenvolvidos nos seis biomas brasileiros para viabilizar soluções com árvores para a proteção, recuperação e o uso sustentável de propriedades rurais nos diferentes biomas.
O Projeto Biomas conta com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), do Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa (SEBRAE), da Monsanto, John Deere e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Assessoria de Comunicação CNA