<![CDATA[
O comunicador falou sobre a proposta do setor ser melhor divulgado com estratégias da comunicação regionalizada entre empresários do campo e comunicadores
Por Jonas da Silva/AGRONEWS®
Os empresários rurais das 5 milhões de propriedades da agropecuária brasileira precisam falar mais para serem entendidos após a porteira do agronegócio. Esse foi o tom da palestra “Marketing fora da porteira”, do presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro – ABMRA, Ricardo Nicodemos, durante o Fórum das Cadeias Produtivas e na abertura da 54ª Expoagro no Parque de Exposição Jonas Pinheiro, em Cuiabá/MT.
No vídeo abaixo você pode assistir a palestra completa. Aperte o play!
O Marketing fora da porteira – Ricardo Nicodemos
Nicodemos traçou um paralelo sobre quando nascemos para explicar a importância da comunicação para o agronegócio e a série de críticas que enfrenta. Citou uma frase emblemática do empresário Marcel Telles, presidente do conglomerado Inbev, segunda a qual, “o óbvio não existe!”. “A gente acha que a população sabe o que fazemos. Nos primeiros momentos de vida, aprendemos duas coisas. A primeira é nos comunicar e a segunda, a nos alimentar. Essas duas vertentes ajudam a construir a imagem do agro”, resumiu.
Nicodemos falou sobre a proposta do setor ser melhor divulgado, entendido e ter sua importância reconhecida pela população. Trata-se da comunicação regionalizada e a interlocução entre empresários do campo e comunicadores, como jornalistas e produtores de jornalismo profissional. “Um dos projetos nosso é o Conexões ABMRA. Parcerias de dentro da porteira e de fora da porteira para falar com produtores. Temos 240 associações do agro. Precisamos fazer comunicação regionalizada”, atesta.
“Nós somos catalisadores de conteúdo para vocês. Temos que criar comitê de jornalistas. Trazer pessoas e criar comunicação simples e transformar conteúdo palatável, simples de forma que a população entenda os produtores”, exemplifica sobre a importância do “Road Show para jornalistas e influenciadores agro” realizado na 54ª Expoagro.
“É preciso fazer com que o produtor do café converse com o produtor de leite. Para a união ter força. Há 50 anos atrás quando o Brasil teve dificuldade de escassez de alimentos. Tiveram que conversar e crescer. Temos que pensar os próximos 50 anos”, completou.
Siga-nos: Facebook | Instagram | Youtube
Cadeia produtiva e imagem
Em sua explanação ele ainda enumerou 10 setores da extensa cadeia produtiva do agro para jornalistas e influenciadores do agronegócio sobre o impacto dos produtos do campo na vida das pessoas. Como órgãos de pesquisas, universidades, indústria de insumos, produtores, indústria de alimentos, antes de chegar aos consumidores. Não é pouco, pois o setor todo faturou e movimentou em 2021 o valor fora da realidade para o cidadão comum: R$ 1,129 trilhão. “Precisamos ter visão sistêmica da cadeia produtiva. O agro não é sozinho”, propôs.
Ele ainda mostrou uma panorâmica das últimas 5 décadas, quando o Brasil deixou de ser ameaçado pela falta de alimentos, como divulgava em 1968 um jornal com o texto “Escassez alimentar no Brasil”, e já em 2020, com imagem positiva do agronegócio em capas de revistas como Forbes – “A Força do Agro” -; Veja – “Fazendas Verdes”; e Globo Rural – “O Agro é Delas”.
O presidente da ABMRA sugere o mesmo caminho que fizeram incipientes produtores lá atrás para superar o atual momento da falta de entendimento do peso do agro na economia do Brasil.
“Comunicação não é o que você fala, mas o que o outro entende. Comunicação são estratégias e são escolhas”, afirma. “O agro precisa sair de fora da porteira e falar e ter a empatia da população para os produtos do agronegócio”, defende Ricardo Nicodemos.
Ele comparou a falta de entendimento de marcas consagradas sobre entendimento do agronegócio, como propagandas recentes de má comunicação da Heineken, Bradesco e Spoleto sobre o setor.
Siga-nos: Facebook | Instagram | Youtube
Pesquisa e nova comunicação
Durante sua exposição, Ricardo Nicodemos apresentou a síntese da 8ª “Pesquisa ABMRA hábitos do produtor rural”, realizada em profundidade com entrevistas pessoais, de uma hora e meia de duração com 278 questões. Uma radiografia do setor. Informações necessárias para se compreender bem de perto os empreendimentos rurais e entender quais estratégias se utilizar para comunicar.
Na compilação de dados de todo o Brasil se soube, por exemplo, que a faixa etária média do produtor rural brasileiro é de 46,4 anos. Que apenas 10% dos produtores têm formação universitária. E um dado interessante de que 80% dos produtores declaram estar na profissão por seguir a tradição da família. E, por fim, 11% declarou ser produtor porque o setor é rentável, apresentou Ricardo Nicodemos.
AGRONEWS® é informação para quem produz
]]>