Os avanços necessários para o crescimento da agricultura brasileira foram tema de José Roberto Mendonça de Barros no VI Congresso ANDAV.
Iniciando sua fala com dados positivos a respeito do agronegócio nos últimos 15 anos, o economista e fundador da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, discorreu sobre perspectivas para commodities agrícolas no VI Congresso Andav. “A agricultura brasileira é o único segmento importante da Economia que tem progresso técnico no centro de seu modelo de negócio”, disse.
O economista enumerou alguns fatores indutores deste sucesso, como terra abundante, água e sol; desenvolvimento de instituições de pesquisa e escolas agrícolas; desenvolvimento de indústrias de insumos e máquinas; produção em larga escala e muito diversificada; boa gestão de fazendas; práticas consolidadas que ajudam o ambiente (fixação biológica de nitrogênio, ILPF); capacidade de produção de energia renovável e de novos materiais industriais. “De 1995 a 2010, este foi o único setor a crescer via elevação de produtividade”, informou.
Aliado a esses fatores de desenvolvimento da agricultura brasileira, Barros falou também sobre o aumento da importação de alimentos pela China, em decorrência do esgotamento de seus recursos naturais, da expansão das cidades e o fato da comida ser cara naquele país. “Podemos aumentar muito nossa participação ainda nesse mercado”, disse.
“O que garante sucesso no futuro é o desenvolvimento sustentável. Sem educação, não vamos pra frente. Nós só universalizamos a educação primária agora. E a qualidade como está? Há uma sucessão de problemas nesta área, que precisam ser solucionados urgentemente”, lamentou o palestrante.
Na sequência, Barros falou sobre avanços necessários para o que ele chamou de uma agenda velha, neste setor. “Há muita precariedade na infraestrutura de transportes e portuária, deficiência de defesa sanitária, limitação nas negociações comerciais, além de um enfrentamento de oposição ideológica em relação aos transgênicos, por exemplo”, disse.
“Temos um desafio estratégico pela frente, que envolvem alguns aspectos. Entre eles, está a agricultura de precisão, sistemas de rastreabilidade, novos instrumentos de gestão para melhorar a qualidade e o resultado da produção; continuidade do desenvolvimento integrado de sistemas produtivos; avanços em sustentabilidade e a produção de novos produtos de valor agregado”, disse. “O maior desafio é produzir e exportar produtos tecnicamente mais avançados e diferentes do passado”, concluiu.