24 de julho é comemorado o dia do suinocultor, um profissional especializado na criação de suínos, seguindo técnicas de aprimoramento no manejo e biossegurança
Estrela da tradicional feijoada que agrada o paladar de brasileiros e estrangeiros, a carne suína vem ganhando cada vez mais a preferência dos consumidores. Hoje é possível encontrar variedades nas gôndolas dos supermercados, desde os clássicos cortes, lombo, bisteca, picanha, costelinha, pernil, até opções como paleta, bifes, carré e tantos outros, que são versáteis e saborosos no preparo das receitas no dia a dia.
Exportação
A suinocultura atualmente representa um cenário extremamente atrativo para os produtores. De acordo com ABPA, o Brasil é o 4° maior produtor de carne suína e o 4° maior exportador da proteína no mundo, enviando cerca de 23% da sua produção para o exterior. As exportações brasileiras são concentradas ao mercado asiático como China, Hong Kong e Japão, que correspondem 79% do total exportado, a carne suína brasileira atende os padrões de consumo mundial.
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Maior produtor nacional de carne suína, Santa Catarina mantém crescimento nas exportações e amplia em 54% o faturamento com os embarques. O agronegócio catarinense exportou mais de 50 mil toneladas de carne suína, gerando receitas que passam de US$ 123,7 milhões – o segundo maior valor da série histórica iniciada em 1997. Os números são divulgados pela Epagri/Cepa.
“O resultado mostra a força do agronegócio catarinense. Santa Catarina, com 1,12% do território brasileiro, é um modelo para todo país. Reforço nosso reconhecimento e apoio para que os produtores rurais tenham ainda mais qualidade de vida e renda e sigam cumprindo sua importante missão de alimentar os catarinenses e o mundo”, disse Carlos Moisés, governador de Santa Catarina
Mercado Interno
O mercado interno tem mostrado evolução, o brasileiro consome em média, 16,86 quilos de carne suína por ano. O estado de Mato Grosso evoluiu na produção e em poucas décadas passou a figurar como o 5° maior produtor de suínos e o 4° maior exportador em nível nacional, segundo IBGE.
Nos últimos 10 anos houve crescimento na produção e no abate em Mato Grosso. “Em 2011, o Estado produziu aproximadamente 202,42 mil toneladas de carne suína fechando 2020 com 263,96 mil toneladas, alta de cerca de 30%. Já em relação ao abate, em 2011 foram abatidas 2,24 milhões de cabeças, e em 2020 foram 3,21 milhões de cabeças, alta de 43% de aumento”, destaca Custódio Rodrigues, diretor-executivo da Acrismat.
Produção
Mato Grosso contempla a riqueza possuindo três biomas: Amazônia, Cerrado e Pantanal, o que harmoniza a produção de grande escala e excelente nível técnico. “O desenvolvimento da cadeia produtiva é impulsionada pela disponibilidade de insumos como milho e soja e pelas adaptações tecnológicas de logística, ambiência, manejo, reprodução, nutrição, melhoramento genético entre outros ramos da zootecnia”, destaca Anderson Corassa – doutor em Zootecnia e professor da UFMT. “A região Médio Norte concentra 83% dos abates, a região Sul 10% e a região Sudeste 7% dos abates são realizados” destaca Itamar Canossa, presidente da Acrismat.
A suinocultura passa por uma forte expansão das atividades em Mato Grosso. Estima-se que no ano de 2020 a suinocultura gerou 10 mil postos de trabalhos diretos no Estado. “Hoje, o principal desafio do suinocultor é tornar a atividade viável, pois o aumento absurdo das commodities, como o milho e a soja, faz com que 85% do nosso custo fixo fique somente na alimentação dos animais. Há algum tempo trabalhamos sem margem de lucro e no vermelho. Até mesmo a compra do milho está mais difícil”, afirma Canossa.
Fatores como quebras de safra, aumento das exportações de grãos e mesmo a concorrência de outras atividades por esses produtos, determinam aumento considerável nos custos de produção. O custo de produção no estado, fechou a R$5,64/Kg, no primeiro trimestre de 2021.
Assim como as demais cadeias produtivas do agronegócio, a suinocultura passa por um processo de adaptação às exigências do mercado consumidor, preocupando-se cada vez mais com o bem-estar animal, restringindo uso de antimicrobianos e segurança alimentar. “Os suinocultores investem cada vez mais em fontes de energia renováveis, além do correto tratamento dos dejetos, utilizando biodigestores que auxilia no controle da poluição do ar, do solo e da água; a produção de biogás para geração de energia; a reutilização da água nas granjas e também a diminuição da área necessária para a produção” ressalta Itamar Canossa.
Por Márcio Moreira e Daniele Delgado – AGRONEWS
AGRONEWS – Informação para quem produz