Os recordes do robusta e a força do arábica impulsionam o mercado do café

O mercado cafeeiro brasileiro vive um momento histórico. O café robusta, referência no Espírito Santo, e o arábica, predominante em São Paulo, têm registrado valores recordes que surpreendem produtores e analistas.

Segundo o Indicador CEPEA/ESALQ, o robusta tipo 6, peneira 13 acima, segue renovando máximas reais desde o início da série histórica, em 2001. Com valorização superior a 100% em 2024, o avanço no preço reflete a combinação de oferta limitada tanto no Brasil quanto no Vietnã, um dos maiores produtores globais.

Por outro lado, o arábica também brilha. O preço do tipo 6, bebida dura para melhor, alcançou o maior patamar real em mais de 25 anos, superando R$ 1.800,00 por saca de 60 kg. Este cenário de alta de quase 80% no acumulado anual é impulsionado pela menor disponibilidade da safra 2024/25 e pela forte comercialização antecipada por parte dos cafeicultores.

Oferta e demanda pressionam o mercado do café

A escassez de oferta é um dos pilares deste cenário de alta. No caso do robusta, a produção global sofreu impactos climáticos que reduziram os estoques no Vietnã, maior exportador mundial desta variedade. No Brasil, o cenário não foi diferente: chuvas irregulares e cuidados mais restritos em algumas regiões limitaram a colheita do café.

No caso do arábica, as expectativas para a próxima safra 2025/26 também geram incertezas no mercado. O desenvolvimento das plantações preocupa produtores e especialistas, já que as condições debilitadas das lavouras podem resultar em volumes ainda menores. Além disso, a alta liquidez e a venda antecipada de grande parte da produção deste ano colocam ainda mais pressão nos preços.

O futuro do café

Enquanto os preços elevados representam alívio financeiro para muitos produtores, a dinâmica do mercado exige cautela. O cenário de oferta restrita, somado à demanda aquecida em mercados externos, abre espaço para estratégias mais robustas de planejamento e investimentos no setor.

Com o olhar voltado para 2025, a recuperação das lavouras e a adaptação às novas condições climáticas serão essenciais para sustentar o protagonismo do Brasil no mercado global de café. Além disso, o fortalecimento de práticas sustentáveis pode se tornar um diferencial competitivo, atraindo consumidores cada vez mais atentos à origem e à qualidade dos grãos.

O café, tão presente na história e na economia brasileira, continua a demonstrar sua força e relevância, quebrando recordes e mostrando que o futuro do agro passa por inovação e estratégias bem fundamentadas.

AGRONEWS é informação para quem produz

Share
Published by
Dany Balieiro

Recent Posts

Previsão do tempo de dezembro 2024 à fevereiro 2025

Confira a previsão do tempo para o período de dezembro de 2024 e janeiro e…

9 horas ago

IMEA divulga Funding da Soja para a Safra 2024/25

Estudo revela aumento do custo de produção e mudança na estrutura de financiamento observada nos…

13 horas ago

Preço do boi gordo segue em queda, confira!

Preços do boi em queda no início de dezembro refletem a dinâmica do mercado, veja…

14 horas ago

Produção de grãos pode chegar a 322,4 milhões de ton na safra 2024/25

A estimativa para a safra 2024/25 é de uma produção de 322,4 milhões de toneladas,…

15 horas ago

Desenvolver a computação quântica é fator estratégico para a agricultura do Brasil

Computação quântica tem forte potencial em bioinformática, modelagem climática, sensoriamento remoto e agricultura inteligente. Uma…

18 horas ago

Mercado do arroz segue com pouca oscilação, confira!

No mercado do arroz, estabilidade nos preços marca o cenário com olhares voltados ao dólar,…

1 dia ago

This website uses cookies.