Refletindo a forte demanda existente no mercado internacional, as exportações brasileiras de ovos férteis voltaram a registrar expansão e, em março passado, alcançaram o maior volume dos últimos 24 meses. No mês foram embarcadas pouco mais de 14,2 milhões de unidades do produto (o correspondente a, aproximadamente, 39.490 caixas de 30 dúzias), volume mais de 19% superior ao registrado um ano antes.
Com esse resultado, tanto o acumulado no ano como o acumulado em 12 meses voltaram a apresentar resultados positivos. No trimestre, a expansão foi de 2,15%. E nos 12 meses encerrados em março de 2017 o incremento é de 1,85%.
Com a ocorrência de Influenza Aviária em cerca de meia centena de países, os principais fornecedores mundiais do produto vêm enfrentando embargos da parte dos países importadores. Isso tornou o Brasil o principal fornecedor internacional de ovos férteis para a produção de pintos de corte, gerando consulta, inclusive, de países como Rússia e China.
Atender a esses mercados é, segundo exportadores, tarefa impossível por duas razões principais: logística e custo do frete. Na logística estão envolvidos fatores como a inexistência de ligação aérea direta com o importador, o que força o transbordo da mercadoria – procedimento pouco recomendável em se tratando de material extremamente perecível. Já o custo do frete simplesmente supera o valor do produto exportado, inviabilizando negociações do gênero.
De toda forma, o mercado mais próximo é extremamente promissor, antecipando-se que os resultados de março passado serão superados neste e nos próximos meses. Mesmo assim, nas palavras de um exportador, os fornecedores brasileiros “estão perdendo o timing em relação ao preço praticado”, considerado baixo frente à forte demanda do mercado.
Sob esse aspecto, dados colhidos junto à SECEX/MDIC mostram que o ovo fértil brasileiro vem sendo exportado nos últimos três meses por pouco mais de US$0,22 a unidade, valor que (à taxa de câmbio atual) corresponde a cerca de R$0,70.
Pois bem: há menos de um ano (junho de 2016), quando a demanda externa era absolutamente normal (ainda não haviam explodido os casos de Influenza Aviária, a maioria deles registrada em 2017) o ovo fértil exportado pelo Brasil alcançou valor próximo de US$0,29/unidade (mais exatamente, US$0,2889/unidade). Isso proporcionou ao exportador brasileiro receita pouco superior a R$1,07/unidade, ou seja, quase 53% a mais que o auferido no corrente exercício. E não foi caso único: na maior parte do ano que passou o preço médio do ovo fértil ficou acima de R$1,00/unidade.
Fonte: Agrolink