Mais da metade dos 180 milhões de hectares de pastagens no Brasil apresentam algum estágio de degradação, boa parte em estado avançado.
Quem fornece a informação é o engenheiro agrônomo do Departamento Técnico de Sementes do Grupo Matsuda (Álvares Machado/SP), Pedro Henrique Lopes Lorençoni, que também divulga a solução: uma das alternativas é a recuperação da produtividade destas áreas degradadas por meio do pastejo rotacionado.
Ele afirma que uma ou mais das seguintes operações podem ser necessárias para se recuperar a pastagem: controlar erosões; ajustar a acidez e a fertilidade do solo; controlar as plantas invasoras; semear a mesma cultivar em locais com pouca ou nenhuma planta. “Vale lembrar que caso todas as operações mencionadas sejam necessárias, torna-se mais viável a reforma completa da área”, complementa.
Implantando o pastejo rotacionado, constitui-se uma importante ferramenta para aumentar os rendimentos. “Esse sistema permite um aumento da produtividade por área, tornando a atividade pecuária de carne ou leite, tão rentável quanto as atividades agrícolas. Para isso usa-se a técnica de dividir a área de pastagem em piquetes de menor tamanho, dependendo da espécie/cultivar de capim que está implantada ou vai se implantar, da quantidade de animais que irá pastejar essa área e por quantos dias o pastejo será realizado em cada piquete”, explica Loreçoni, que ressalta um melhor aproveitamento da forragem produzida, diminuindo as perdas, propiciando mais animais por área e aumentando a produção por hectare.
Além disso, o pastejo rotacionado permite oferecer aos animais uma forragem de melhor qualidade, ou seja, no ponto ideal de entrada dos animais para pastejar, onde os melhores índices de produtividade e qualidade nutricional se encontram em equilíbrio. O técnico do Grupo Matsuda indica a utilização de área da propriedade com maior grau de degradação, que está produzindo pouco volume de forragem e com baixa qualidade, para o início da aplicação do sistema. “Quando o pecuarista quer apenas dividir uma área maior em áreas menores (piquetes) para diminuir as perdas de forragem produzida, deve escolher as áreas com maior produtividade”, conclui.
O tamanho de cada piquete será determinado pela quantidade de animal que se pretende manter em cada um deles por determinado período de tempo, associado à produção de forragem do piquete. Importante observar que quanto mais produtivo for a espécie/cultivar forrageira e o nível de adubação empregado, maior será a lotação.