O PIB do Agronegócio Brasileiro registrou nova queda em setembro, de 0,22%, segundo estudos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
No acumulado de janeiro a setembro, o cenário continua negativo para a renda do setor, com baixa de 1,63%. Pesquisadores do Cepea/CNA indicam que esse resultado da renda gerada no agronegócio em 2018 está ligado à elevação de custos de produção e à redução de preços de produtos agropecuários, notadamente no mercado pecuário ao longo do ano.
Quanto aos preços, no caso dos produtos agrícolas, verificou-se recuperação, com resultados positivos desde junho, na média das atividades acompanhadas. Porém, o efeito inercial no começo do ano, advindo do baixo patamar registrado no final de 2017, a lenta recuperação da atividade econômica brasileira e a oferta elevada para alguns produtos têm sido fatores limitantes para a recuperação dos preços.
No caso dos pecuários, a demanda interna enfraquecida e o fechamento abrupto de importantes mercados externos destinos da carne – bovina, suína e de aves – do Brasil prejudicaram os preços com maior intensidade ao longo do ano. Porém, a disputa comercial entre China e Estados Unidos, além do câmbio favorável à elevação da competitividade da proteína brasileira no mercado externo, surtiu efeitos favoráveis às exportações da carne brasileira em setembro, notadamente com destinação a mercados asiáticos, o que resultou em certa sustentação de preços ao longo do mês (no acumulado, o resultado segue negativo).
No caso do incremento nos custos de produção, destacam-se as elevações de preço para os fertilizantes (encarecidos pela desvalorização do Real frente ao Dólar), para o diesel (com as mudanças na política de preços da Petrobras e do próprio tabelamento de fretes) e também para o milho, que influencia as atividades primárias pecuárias.
PIB-VOLUME – Em termos de produção, as projeções para 2018 do PIB-volume do agronegócio, calculado pelo critério de preços constantes, seguem apontando crescimento em todos os segmentos. O PIB-volume do agronegócio deve crescer 2,36% em 2018, com altas de 4,43% para insumos, de 1,18% para o segmento primário, de 2,58% para a agroindústria e de 2,70% para os agrosserviços.
Fonte: Cepea