O Produto Interno Bruto do agronegócio brasileiro acumulou crescimento de 4,48% em 2016, segundo estimativas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, feitas em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). O resultado positivo foi puxado principalmente pelo ramo agrícola, que cresceu 5,77% entre janeiro e dezembro, seguido pelo pecuário, com elevação de 1,72%.
Segundo pesquisadores do Cepea, a valorização real acumulada de preços contribuiu para sustentar a alta no acumulado do ano, uma vez que, em volume, o cenário seguiu em baixa para importantes atividades do agronegócio brasileiro.
No ramo agrícola, destacou-se em 2016 o desempenho do segmento primário, que acumulou alta de 10,12% frente a 2015. Segundo pesquisadores do Cepea, as maiores elevações de preços foram verificadas para mandioca, milho, laranja, feijão e banana. Para 2017, o segmento primário agrícola deve seguir em evidência, dadas as previsões de safra recorde para importantes culturas, como milho e soja.
Para o segmento primário da pecuária, enquanto o cenário da avicultura seguiu positivo, o da bovinocultura de corte pressionou o desempenho. Segundo pesquisadores do Cepea, isso reflete, em certa medida, a substituição do consumo de proteínas mais caras pelas de menor valor. A atividade leiteira, por sua vez, foi marcada pelos altos patamares de preços em 2016, impulsionados pela baixa oferta do produto.
A indústria cresceu 2,85% no acumulado de 2016, puxada pelo maior faturamento anual principalmente das atividades do setor sucroenergético, beneficiadas pelo alto patamar de preços do açúcar no mercado global.
No segmento de insumos, a indústria de rações se destacou com variações positivas, impulsionadas principalmente pelos maiores preços do milho e farelo de soja. Por outro lado, houve quedas para fertilizantes e combustíveis e lubrificantes, tanto de preços quanto de quantidades, conforme levantamentos do Cepea.
MACRO – A conjuntura de 2016 confirmou-se desfavorável, com recuo de 3,6% no PIB brasileiro, segundo o IBGE. Ao longo do ano, foram registradas queda no nível de emprego, mas destaca-se a reversão da tendência inflacionária e desvalorização cambial. O ano de 2017 segue no campo da incerteza, ainda que as projeções do mercado já deem sinais de recuperação.