Independentemente dos futuros nos Estados Unidos
No momento em que muitos agricultores estão tomando sua decisão sobre o plantio para a próxima safra, as cotações voltaram a subir forte na Bolsa de Chicago, provocando especulações sobre o futuro do cereal de inverno no Brasil. Na avaliação da Consultoria Trigo & Farinhas, “quem plantar trigo no Brasil neste ano tem boas chances de se dar bem” porque há espaço para aumento de preços – independentemente dos futuros nos Estados Unidos.
“Todas as notícias mostram que a área vai ser reduzida em pelo menos 7,8% e a produção em mais de 22%, como afirmou a Conab em seu relatório de maio. Então certamente irá diminuir a oferta de trigo nacional na próxima temporada, que se inicia em 1º de agosto”, explica o analista sênior da T&F, Luiz Carlos Pacheco.
De acordo com ele, isso provocará dois efeitos: O primeiro será a necessidade de aumentar o volume do trigo importado, já que o consumo interno deverá ser igual ou levemente superior ao deste ano, na esteira da melhora da economia e a oferta, menor. Este trigo importado tenderá a chegar a preços (bem) mais altos do que os do trigo nacional (algo como US$ 245/t [R$ 770], contra US$ 205 [R$ 650] pagos hoje pelo trigo nacional).
O segundo efeito é que estes altos preços das importações irão abrir espaço para uma elevação do trigo nacional entre estes níveis, embora não aos níveis dos trigos importados (principalmente devido à qualidade diferenciada), explica Pacheco.
“Tudo isto é para dizer que, mesmo que Chicago não se mexa para além da atual faixa de flutuação entre US$ 4,55 e US$ 5,03/bushel, há razões internas, dentro do país, para os preços se elevarem um pouco. Certamente não irão chegar aos níveis em que estiveram na temporada 2015/2016, mas acreditamos que seja possível algo ao redor de R$ 42,00/saca, por exemplo – depois de janeiro de 2018, porque antes sofrerão a pressão do excesso de oferta na colheita, como sempre acontece”, sustenta.
Fonte: Agrolink