A diversificação de atividades no campo para agregar valor à produção a cada dia cresce em Mato Grosso. Em Barra do Garças, município em que a pecuária predomina, a produção de mel já é realidade entre animais e floresta plantada
A diversificação de atividades no campo para agregar valor à produção a cada dia cresce em Mato Grosso. Em Barra do Garças, município em que a pecuária predomina, a produção de mel já é realidade entre animais e floresta plantada.
Localizada a 700 metros de altitude na Serra do Roncador, berço de chapadas deslumbrantes, a Casa Roncador, em Barra do Garças, atua com pecuária desde 1995 e com floresta plantada de Acácia desde 2008. Há dois anos ampliou sua diversificação de produção e iniciou a apicultura.
A fazenda possui cerca de 34 mil hectares. “O foco é a pecuária e procuramos diversificar e estamos produzindo floresta plantada. Com o advento da floresta plantada, que é de Acácia, uma árvore melífera, começamos a ver uma atração de abelhas e partimos para o negócio do mel”, comenta Carlos Roberto Della Libera, proprietário da Casa Roncador, em entrevista ao Mato Grosso Agro concedida durante o Acrimat em Ação 2018 no município de Barra do Garças.
Em gado a propriedade possui em torno de 10 mil cabeças e a área destinada para a floresta plantada é de aproximadamente três mil hectares. No que tange as colmeias são duas mil, onde cada colmeia produz cerca de 80 quilos de mel por ano.
“Nós temos uma estrutura montada, que é um entreposto, para comercializar o mel. Tiramos o SIF no Ministério da Agricultura. Essa estrutura ela tem suporte para processar seis toneladas de mel por dia. O desafio agora é aumentar a produção”, diz Carlos Roberto.
A criação de gado e as produções de floresta e mel ocorrem na mesma área, explica o produtor, realizando assim a integração entre as três atividades. “E, também temos uma outra atividade que é a criação de muares. Todos esses convivem na área de floresta, na Integração Pecuária-Floresta”.
De acordo com Carlos Roberto, o mel, cuja marca criada foi “Casa Roncador”, já pode ser encontrado em supermercados. “É uma marca que já pegou o nome nos grandes mercados de São Paulo. A indústria já foi montada. O mel sai da caixa de abelha e vai direto para beneficiar”.
Questionado sobre o que o levou a diversificar a produção em sua propriedade, Carlos Roberto explica que “um pouco é a instabilidade da pecuária. Eu nasci em uma fazenda e com pouca idade o assunto que meu pai conversava já era esse mesmo que a gente faz hoje. Há 63 anos atrás era esse o assunto. A gente não pode ficar só dependendo da pecuária, achando que vai resolver todos os problemas. Ela é segura. Sempre vai ter seu retorno, mas ele não será um retorno comparativo com a soja. A pecuária nunca vai ser como a soja. O que procuramos fazer na fazenda é diversificar numa área de pecuária uma renda adicional para que por hectare se tenha uma renda parecida com a que eu tenho na soja, mas sem plantar a soja”.
Fonte: Acrimat